Investigadores descobrem nova forma de medir a rotação de buracos negros supermassivos

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A rotação de um buraco negro é afetada pela interações com outros objetos espaciais. Por exemplo, quando se fundem com objetos de proporções massivas, têm tendência a desacelerar. Agora, uma equipa de investigadores encontrou uma nova forma de calcular a velocidade de rotação de buracos negros que podem ajudar a um melhor entendimento deste fenómeno.

Num novo artigo publicado na revista científica Nature, a equipa de cientistas indica que a rotação de um buraco negro supermassivo distante era um quarto da velocidade da luz após a absorção de uma estrela.

Em declarações ao website Gizmodo, Dheeraj Pasham, astrónomo no MIT e autor principal do estudo, afirma que “a rotação de um buraco negro está ligada à sua evolução”. “Por exemplo, um buraco negro que tenha crescido ao absorver gás de forma contínua e consistente ao longo de milhões de anos tende a ser mais rápido do que um que tenha crescido com fusões com outros buracos negros e que tem uma velocidade mais lenta”, indica o investigador.

O estudo dos buracos negros é possível devido à sua capacidade de atrair objetos com luz para as suas proximidades, tornando-os visíveis. Os discos de acreção, uma estrutura formada por materiais difusos em movimento orbital ao redor do corpo central, são o que torna possível a imagem direta dos buracos negros. Pasham explica que há outros modos de crescimento destes buracos e das suas galáxias circundantes ao longo do tempo e que cada modo tem uma composição específica da distribuição da rotação, pelo que “se conseguirmos medir a disrupção da rotação de buracos supermassivos, conseguimos inferir como é que eles (e as suas galáxias) cresceram ao longo do tempo”.

Foi precisamente por um destes movimentos que a equipa de Pasham detetou um clarão de luz proveniente de um objeto a mil milhões de anos-luz da Terra em fevereiro de 2020. Desde então, a equipa usou medições do telescópio NICER da NASA para analisar esta fonte ao longo de 200 dias e concluiu que o pico das emissões de raios-X acontecia a cada 15 dias, altura em que o disco de acreção se alinhava com o telescópio. A partir daí, a equipa conseguiu calcular a massa aproximada do buraco negro, bem como a das estrelas à sua volta e inferir a velocidade estimada do buraco negro propriamente dito.

A equipa pretende continuar a catalogar este tipo de fenómenos, com o objetivo de descobrir mais sobre a distribuição e rotação dos buracos negros supermassivos.

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