Investigadores testam bússola quântica no metropolitano de Londres

3 meses atrás 58

Joseph Cotter faz várias viagens no metropolitano de Londres com uma câmara de vácuo de aço inoxidável, com milhões de átomos de rubídio e um conjunto de lasers destinado a arrefecer o equipamento para perto dos zero graus. Este equipamento é usado para desenvolver uma bússola quântica, uma solução que explora o comportamento da matéria subatómica para desenvolver aparelhos que revelam a sua localização independentemente de onde estejam, abrindo novas possibilidades para sensores subterrâneos e subaquáticos.

“Estamos a desenvolver novos sensores muito precisos, que usam mecânica quântica e que mostram um grande potencial em laboratório. No entanto são menos precisos em cenários da vida real. É por isso que os levamos para o metropolitano. É o local ideal para ‘limar as arestas’ e ter o nosso equipamento a funcionar na vida real”, conta Cotter ao The Guardian.

A bússola quântica consegue apontar a localização de aviões, carros e outros objetos sem necessitar de sinais exteriores e sem poder ser bloqueada. Este sistema também não é vulnerável, por exemplo, a condições atmosféricas adversas ou à influência de edifícios altos ou outras construções no seu funcionamento.

No centro desta solução está um acelerómetro que mede como a velocidade de um objeto muda com o tempo. Esta informação, em combinação com outros dados, permite o cálculo das posições futuras. Com a mecânica quântica, os cientistas conseguem ter dados mais precisos ao medir as propriedades de átomos superfrios. “Quando os átomos estão ultra-frios, podemos usar a mecânica quântica para descrever como se movem e isto permite-nos fazer medições precisas sobre como o nosso aparelho está a mudar de posição”, explica Cotter.

Nos testes, realizados em carruagens de teste, o rubídio é introduzido na câmara de vácuo, com os lasers a arrefecer os átomos a uma temperatura bastante próxima dos zero graus e para condições em que as alterações provocadas pela aceleração do veículo podem ser medidas com precisão. O conceito funciona em laboratório e a equipa liderada por Cotter pretende testar em condições mais próximas da realidade, em veículos em movimento e sem grandes pontos de referência, como a rede de metropolitano.

Ler artigo completo