Iranianos votam para parlamento em ambiente tenso

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As autoridades têm instado as pessoas a votar, mas é revelador o facto de este ano não ter sido divulgada qualquer informação pelo centro de sondagens estatal ISPA sobre a taxa de participação esperada, característica constante das eleições anteriores, numa altura em que a inflação ronda os 50% e a taxa de desemprego dos jovens os 20%.

Mais de 15.000 candidatos estão a competir por um lugar no parlamento de 290 membros, formalmente conhecido como Assembleia Consultiva Islâmica.

Os mandatos são de quatro anos e cinco lugares estão reservados para as minorias religiosas.

De acordo com a lei, o parlamento supervisiona o poder executivo, mas na prática o poder absoluto no Irão pertence ao seu líder supremo, o ayatollah Ali Khamenei.

Nas últimas duas décadas, o parlamento tem sido controlado por elementos da linha dura, sendo frequente ouvir-se gritos de "Morte à América".

Sob o comando do presidente do parlamento Mohammad Bagher Qalibaf, um antigo general da Guarda Revolucionária que apoiou a violenta repressão contra os estudantes universitários iranianos em 1999, a legislatura avançou com um projeto de lei, em 2020, que restringe grandemente a cooperação de Teerão com o órgão de vigilância nuclear da ONU, a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).

Os apelos ao boicote das eleições têm-se multiplicado nas últimas semanas, incluindo o de Narges Mohammadi, Prémio Nobel da Paz e ativista dos direitos das mulheres, que se encontra detida, e que classificou as eleições como uma "farsa".

 "A República Islâmica, com a sua repressão implacável e brutal, a morte de jovens nas ruas, as execuções, a prisão e a tortura de homens e mulheres, merece sanções nacionais e a desgraça mundial", declarou Mohammadi num comunicado.

Na quarta-feira, o próprio Khamenei exortou as pessoas a votar, descrevendo-o como um dever nacional. "Não há nenhuma razão para não votar. Isso não resolve nenhum problema do país", afirmou.

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