Ricardo Ramos 01:30
Israel acusou na segunda-feira o Hezbollah de esconder “centenas de milhões de dólares em dinheiro e ouro” debaixo de um dos principais hospitais de Beirute, mas prometeu não atacar as instalações.“Há centenas de milhões de dólares em dinheiro e ouro no bunker neste momento. Apelamos às autoridades libanesas e às organizações internacionais para que não permitam que o Hezbollah use este dinheiro para a suas atividades terroristas e para atacar Israel”, afirmou o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), Daniel Hagari, pedindo ao Governo libanês para confiscar o dinheiro, “que foi roubado ao povo libanês”.
Hagari mostrou imagens aéreas do Hospital Sahel e gráficos com a localização do alegado esconderijo do Hezbollah, cujas entradas estão situadas em dois edifícios adjacentes ao hospital e que foi mandado construir “há muitos anos” pelo líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, morto num ataque israelita no final do mês passado. Segundo o responsável israelita, Nasrallah chegou a usar as instalações subterrâneas como seu esconderijo pessoal. “A Força Aérea de Israel está a monitorizar o hospital, mas não vamos atacá-lo”, prometeu.As autoridades libanesas desmentiram a existência de qualquer bunker debaixo do hospital e esta terça-feira convidaram jornalistas a visitar o local para o confirmar. Apesar das garantias israelitas, médicos e pacientes foram transferidos para outros hospitais da capital libanesa por precaução.
Um outro hospital próximo, o Hospital Universitário Rafik Hariri, sofreu na madrugada desta terça-feira danos consideráveis num ataque israelita contra um edifício adjacente, que fez pelo menos quatro mortos.
E TAMBÉM
NEGOCIAÇÕES RECUSADAS
O Hezbollah recusou esta terça-feira negociar qualquer tipo de acordo com Israel enquanto prosseguir a ofensiva no Sul do Líbano. A recusa do grupo xiita em negociar sob fogo surge de o enviado dos EUA à região ter anunciado um novo esforço diplomático para “resolver de vez” o conflito com base na Resolução 1701 das Nações Unidas.ESPERADO “ATAQUE SIMBÓLICO”
Um alto responsável dos Guardas da Revolução do Irão disse esta terça-feira que o regime de Teerão não espera um “ataque significativo” por parte de Israel, adiantando que o Estado judaico deverá optar por uma “retaliação simbólica” e limitada. “Israel não tem capacidade para atacar o Irão em larga escala”, afirmou Mohammad Ali Jafari.
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