Israel acusa OMS de "conluio" com o Hamas

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Foto: Denis Balibouse - Reuters

Telavive acusou a Organização Mundial de Saúde (OMS) de "conluio" com o Hamas por ignorar as evidências de Israel que mostram que o movimento islâmico utilizou hospitais em Gaza "para fins terroristas".

Numa reunião do Conselho Executivo da OMS, a representante permanente de Israel junto das Nações Unidas em Genebra, Meirav Eilon Shahar, denunciou a presença do Hamas “em hospitais” que “usa como escudos humanos”.

“O Hamas militarizou toda a zona civil da Faixa de Gaza como parte de uma estratégia premeditada”, acusou a embaixadora israelita. “São factos inegáveis que a OMS prefere ignorar repetidamente. Não se trata de incompetência. Trata-se de conluio”, acrescentou a embaixadora.

“Mesmo quando foram apresentadas provas concretas do que estava a acontecer no subsolo e à superfície, armas, quartéis-generais, salas fechadas, a OMS optou por fechar os olhos, colocando em perigo aqueles que deveria proteger”, disse Meirav Eilon Shahar.

Também presente na reunião, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, emocionado, pediu um cessar-fogo e uma “verdadeira solução” para o conflito israelo-palestiniano.

"Acredito verdadeiramente, até pela minha própria experiência, que a guerra não traz soluções, exceto mais guerra, mais ódio, mais agonia, mais destruição. Portanto, vamos escolher a paz e resolver esta questão politicamente", disse Tedros ao Conselho Executivo da OMS em Genebra.

Até à data, a OMS não confirmou as acusações de Israel de que o Hamas construiu túneis por baixo de hospitais e os utilizou como centros de comando. No dia 21 de dezembro, Richard Peeperkorn, representante da OMS nos territórios palestinos ocupados, garantiu que a organização não estava “em condições de verificar a forma como cada hospital era utilizado”.

“O papel da OMS é monitorizar, analisar e relatar... Não somos uma organização de investigação”, acrescentou Richard Peeperkorn.

De recordar que a guerra foi iniciada com o ataque do Hamas a Israel, a 7 de outubro. Segundo uma contagem da agência France Presse baseada em dados oficiais, o ataque provocou 1.140 mortos, na sua maioria civis.

Cerca de 250 pessoas foram raptadas e levadas para Gaza, das quais 100 acabaram por ser libertadas no final de novembro durante uma trégua de prisioneiros palestinianos.

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