Israel diz que ataque a escola em Gaza matou 31 combatentes palestinianos

1 mes atrás 53

O exército, que no sábado divulgou os nomes e as fotografias de 19 homens que descreveu como combatentes destes dois movimentos palestinianos, emitiu um novo comunicado com mais 12 nomes e fotografias. 

Em contrapartida, os serviços de emergência palestinianos, em declarações hoje à agência noticiosa France-Presse (AFP), afirmaram que o ataque israelita de sábado matou 93 pessoas, das quais "75 foram identificadas", incluindo "11 crianças e seis mulheres".

"Foram 93 os mortos na escola de al-Tabiine", incluindo "11 crianças e seis mulheres", e "75 deles foram identificados e temos os seus nomes", disse à AFP o porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Bassal.

"Os outros ainda não foram identificados porque alguns corpos estão desfeitos e outros foram queimados durante os violentos bombardeamentos", acrescentou.

Amjad Alioua, médico de urgência do hospital Al-Ahly, que recebeu as vítimas dos bombardeamentos de sábado, confirmou este número.

"Ainda há corpos demasiado desfeitos para serem identificados. Além disso, algumas famílias foram deslocadas para sul e não podem identificar os seus familiares", declarou à AFP.

Os números avançados quer de um quer do outro lado são impossíveis de confirmar de forma independente.

A comunidade internacional condenou veementemente o ataque de sábado perpetrado por Israel.

Israel confirmou o ataque, mas questionou os números de vítimas apresentados pelas autoridades do enclave controlado pelo Hamas e afirmou que a escola se tinha tornado um centro de comando das milícias do Hamas.

O ataque ocorreu na escola de al-Tabain, na cidade de Gaza, e, segundo o Hamas, matou mais de 100 pessoas e feriu dezenas de outras, uma vez que foi perpetrado "diretamente sobre os deslocados enquanto estes faziam a oração da madrugada" na escola.

Um porta-voz militar israelita afirmou, todavia, que os números do Hamas "não coincidem" com o tipo de munições guiadas de precisão utilizadas no ataque.

O porta-voz acrescentou que a operação se justificava porque "cerca de 20 militantes do Hamas e da Jihad Islâmica, incluindo comandantes de alto nível, estavam a operar a partir do complexo visado na escola".

A guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque do movimento islamita palestiniano em solo israelita, a 07 de outubro, no qual morreram quase duas mil pessoas, na maioria civis, de acordo com uma contagem da agência de notícias France-Presse com base em dados oficiais israelitas.

No ataque, foram raptadas 251 pessoas, sendo que 111 continuam detidas em Gaza e 39 morreram, indicou o exército israelita.

A retaliação israelita na Faixa de Gaza causou quase 39.900 mortos, afirmou hoje o Ministério da Saúde do Hamas, que não avançou um número de civis e combatentes mortos.

Já a Cisjordânia ocupada está a viver a sua maior espiral de violência desde a Segunda Intifada (2000-05) e, até agora, em 2024, cerca de 300 palestinianos foram mortos por fogo israelita, na sua maioria milicianos ou atacantes, mas também civis, incluindo mais de 55 menores, de acordo com a contagem da EFE.

O ano passado foi o mais mortífero das últimas duas décadas, com mais de 520 mortos.

O exército israelita intensificou as suas incursões, agora frequentes, na Cisjordânia ocupada na sequência do ataque do Hamas de 07 de outubro de 2023 e, desde então, mais de 620 palestinianos foram mortos em incidentes violentos com Israel - incluindo pelo menos cerca de 150 menores - principalmente por militares e uma dúzia por colonos.

Do lado israelita, pelo menos 20 pessoas foram mortas este ano - 11 militares e nove civis, cinco dos quais colonos.

Ler artigo completo