Israel indica mais negociações sobre Faixa de Gaza nos próximos dias

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O gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, indicou em comunicado queas conversações vão continuar nos próximos dias entre os mediadores e com o grupo islamita palestiniano Hamas para "avaliar a viabilidade das conversações e continuar a tentar promover um acordo".

David Barnea reuniu-se no domingo com o homólogo norte-americano da CIA, Bill Burns, e com o primeiro-ministro do Qatar, Mohamed bin Abderrahman, interlocutor do Hamas, uma vez que o grupo palestiniano não participa diretamente nas negociações.

O chefe dos serviços de informações do Egito, Hasan Mahmud Rashad, também participou nas reuniões, embora Israel não o mencione expressamente na sua nota.

"Na reunião, as partes discutiram um novo esquema unificado que combina propostas anteriores e também tem em conta as principais questões e desenvolvimentos recentes na região", refere o comunicado israelita.

Fontes próximas das conversações em Doha indicaram à agência EFE que a delegação israelita está a dar sinais positivos para que uma possível trégua na Faixa de Gaza conduza também à cessação das hostilidades e a um acordo político no Líbano.

Os mediadores veem com "otimismo" a recetividade da delegação israelita, segundo as mesmas fontes.

"O chefe da Mossad está a tomar medidas para tentar ligar as duas arenas [Faixa de Gaza e Líbano] e beneficiar das conquistas estratégicas no confronto com o Hezbollah", indicaram também as fontes à EFE sob anonimato, referindo-se ao conflito que se intensificou no último mês entre Israel e o grupo xiita libanês.

Acrescentaram que Israel está a considerar chegar a um acordo político na fronteira norte de Israel - presumivelmente relacionado com a resolução 1701 da ONU que pôs fim à guerra de 2006 no Líbano - bem como um pacto para libertar reféns detidos pelo Hamas na Faixa de Gaza.

A principal proposta em cima da mesa é a que foi anunciada no domingo pelo Presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, que se referiu a um cessar-fogo de 48 horas durante o qual serão libertados quatro reféns israelitas para "reconstruir a confiança entre os mediadores e Israel".

Após o assassínio do líder do Hamas, Yahya Sinouar, os mediadores -- sobretudo os Estados Unidos - apelaram para que se aproveitasse a oportunidade para alcançar uma trégua na Faixa de Gaza, enquanto o Hezbollah reiterou o seu compromisso de parar os seus ataques contra Israel assim que a guerra no enclave palestiniano terminar.

O conflito foi desencadeado em 07 de outubro de 2023 com um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, que matou mais de 1.200 pessoas, sobretudo civis, e outras cerca de 250 foram levadas como reféns.

Israel retaliou com uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já deixou mais de 42 mil mortos, também maioritariamente civis, de acordo com as autoridades locais controladas pelo grupo palestiniano.

A guerra alastrou-se ao Líbano, onde, após quase um ano de trocas de tiros ao longo da fronteira israelo-libanesa, Israel lançou desde setembro um forte ataque contra o Hezbollah.

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