Israel: oposição ‘oferece’ a Netanyahu uma solução para os reféns

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Yair Lapid, líder da oposição, disse ao primeiro-ministro israelita que está disposto a servir como “rede de segurança” para garantir a aprovação de um acordo com o Hamas para a libertação dos reféns.

O líder da oposição em Israel, Yair Lapid, disse ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que está disposto a servir como “rede de segurança” à coligação do governo para permitir que o executivo aceite um acordo para libertar os reféns que ainda se encontram em Gaza.

“Disse ao primeiro-ministro: não estou interessado em pastas, fui ministro dos Negócios Estrangeiros, fui ministro das Finanças, fui primeiro-ministro. Estou interessado numa coisa: o regresso dos reféns”, afirmou Lapid, citado pela imprensa do país, após uma reunião com Netanyahu.

“Se o governo precisar de uma rede de segurança de qualquer tipo e eu puder ajudar – entrando no governo, estando de fora, de qualquer forma – apenas tem de me dizer. Porque o importante é o regresso dos reféns”, afirmou. De seguida, o líder do partido Yesh Atid reiterou uma oferta anterior de entrar no governo para substituir os partidos ultranacionalista Otzma Yehudit e Sionismo Religioso – que continuam a embaraçar o governo e o país mesmo no estrangeiro, como ficou mais uma vez provado pela entrevista que o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, entendeu dar ao jornal norte-americano “The New York Times”.

Lapid considera que a presença daqueles partidos no executivo de crise formado depois de 7 de outubro – que não apoiam a continuação de negociações com o Hamas, nem mesmo tendo em vista a libertação dos reféns – pode ser um entrave inultrapassável para as partes envolvidas encontrarem um processo para resolvera questão dos reféns.

Os comentários de Lapid surgiram pouco tempo depois de Netanyahu ter deixado a perceção de que a possibilidade de chegar a um acordo a curto prazo é muito remota. Falando na reunião semanal com o  seu partido, o Likud, Netanyahu afirmou, citado pela imprensa, que Israel já garantiu a libertação de 110 dos reféns e “continuará a agir nesta questão, mas que o Hamas tem exigências com as quais não concordaremos”. “A chave para a liberdade deve ser semelhante ao acordo anterior”, afirmou o primeiro-ministro, argumentando que o regresso dos restantes reféns “não será realizado a qualquer custo”.

Em causa continua a estar a questão do cessar-fogo. O Hamas só aceita libertar os reféns se Israel se comprometer em acabar com a guerra e retirar da Faixa de Gaza e Israel só o fará quando considerar que a questão do grupo radical está resolvida. E mesmo nessa altura, o primeiro-ministro já disse que o enclave deverá ser mantido sob gestão de Israel, para que o Hamas não possa voltar a ocupar o lugar que tinha antes de 7 de outubro.

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