Israel. Profissionais subscrevem petição contra presença em Veneza

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"Nós, os subscritores, pedimos a exclusão de Israel da Bienal de Veneza. Com o mundo da arte a preparar-se para visitar o diorama de estados-nação no Giardini, dizemos que dar uma plataforma a arte que representa um Estado empenhado em atrocidades em curso contra palestinianos em Gaza é inaceitável. Não ao Pavilhão do Genocídio na Bienal de Veneza", pode ler-se no primeiro parágrafo do documento.

Ao final da manhã de hoje, eram perto de 9.000 as assinaturas, incluindo artistas, realizadores, arquitetos, professores e curadores que já passaram por Veneza no passado, vencedores de alguns dos principais prémios artísticos a nível mundial e também subscritores portugueses.

A lista inclui figuras como a franco-marroquina Yto Barrada, a norte-americana Nan Goldin, o britânico Jesse Darling, vencedor do prémio Turner em 2023, o diretor do Museu da Palestina nos Estados Unidos, Faisal Saleh, ou a coreógrafa portuguesa Carlota Lagido, a curadora Marta Mestre e as artistas Anabela Veloso e Tatiana Macedo, entre muitos outros.

Os signatários criticam o que consideram ser o duplo critério da organização da Bienal entre o que está a acontecer na Faixa de Gaza e a invasão da Ucrânia pela Rússia e recordam que "não há liberdade de expressão para os poetas, artistas e escritores palestinianos mortos, silenciados, presos, torturados e impedidos de viajar para fora ou dentro de Israel".

A 60.ª Bienal de Arte de Veneza vai acontecer entre 20 de abril e 24 de novembro deste ano, sob o título de "Foreigners Everywhere" ("Estranhos por todo o lado", em tradução livre do inglês), com curadoria do brasileiro Adriano Pedrosa.

Israel participa com um projeto com o título "Motherland" ("Pátria", também em tradução livre", da artista Ruth Patir, com Michael Gov e Arad Turgeman como comissários e Mira Lapidot e Tamar Margalit como curadores.

A atual guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada pelo ataque do grupo extremista em 07 de fevereiro contra território israelita, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades.

A resposta israelita, com uma ofensiva por mar, ar e terra, matou mais de 29.800 pessoas na Faixa de Gaza, de acordo com o Hamas, que controla o enclave desde 2007.

O conflito fez também quase dois milhões de deslocados (mais de 85% dos habitantes), mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população afetada por níveis graves de fome que já está a fazer vítimas, segundo a ONU.

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