O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, garantiu esta segunda-feira que o país só irá por fim à guerra em Gaza quando todos os reféns forem libertados.
O ministro israelita garantiu ainda ações "contra o Hamas em todo o lado". "Incluindo em locais onde ainda não estivemos", acrescentou Gallant, sem mencionar o enclave de Rafah, onde mais de um milhão de pessoas estão refugiadas.
Declarações que se seguem à adoção, por parte do Conselho de Segurança das Nações Unidas, de uma resolução a exigir um cessar-fogo em Gaza, aprovada por 14 países com abstenção dos Estados Unidos.
A decisão norte-americana levou Israel a cancelar a visita de uma delegação do mais alto nível a Washington, que incluia dois conselheiros do primeiro-ministro Benjamim Netanyahu.
Gallant já se encontra nos Estados Unidos e deverá reunir-se no Pentágono com o homólgo norte-americano, Lloyd Austin. Em agenda estariam a libertação dos reféns, o apoio humanitário no enclave e a proteção dos civis encurralados em Rafah.
Apesar da pressão internacional, Israel tem-se recusado a abandonar os seus planos para avançar sobre Rafah, no sul de Gaza, junto à fronteira com o Egito.
Departamento de Estado deixa avisos
Depois do cancelamento da visita da delegação israelita, o Departamento de Estado dos EUA, anunciou que iria caucionar Israel contra um "erro" em Rafah, acrescentando que as negociações para um cessar-fogo, que envolvem também o Egito e o Qatar, tinham progredido durante o fim-de-semana.
O cancelamento da visita foi "surpreendente e lamentável", referiu o porta-voz Matthew Miller acrescentando que "uma invasão em larga escala de Rafah seria um erro", ecoando palavras do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e do seu secretário de Estado, na semana passada.
O responsável pela diplomacia norte-americana, Antony Blinken, irá falar com Yoav Gallant "ainda esta segunda-feira", acrescentou Miller.
Rafah tornou-se o último refúgio da população civil de Gaza em fuga das operações militares de Israel. As Forças de Defesa israelitas afirmam contudo que é também o último reduto do grupo islamita Hamas, que jurou destruir Israel e que orquestrou o ataque de 7 de outubro e a tomada de centenas de reféns israelitas, espoletando a guerra.
A libertação dos reféns tem sido um dos pontos mais difíceis de negociar entre o Hamas e Israel. O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu faz depender dela o fim das hostilidades, enquanto o Hamas mantém que só irá devolver os prisioneiros israelitas quando Israel aceitar baixar as armas.
Um único acordo de cessar-fogo, em novembro, permitiu a libertação de meia centenas de reféns em troca por 150 prisioneiros palestinianos condenados por Israel.
Há cerca de duas semanas, o Hamas anunciou que iria deixar de dar informações sobre se os reféns israelita estavam vivos ou mortos. Muitos deles, justificou estão nas mãos de outros grupos em Gaza e fora da sua alçada.
com Lusa