Israel volta a atacar Khan Younis com Netanyahu a caminho de Washington

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Para facilitar as evacuações, os militares disseram estar a ajustar os limites de uma zona humanitária em Al-Mawasi para manter a população civil longe das áreas de combate com os militantes palestinianos liderados pelo Hamas.

As autoridades sanitárias palestinianas afirmaram que pelo menos 16 palestinianos foram mortos por disparos de tanques israelitas na cidade de Bani Suhaila, a leste da cidade de Khan Younis, no sul do país, tendo a zona sido também bombardeada por meios aéreos.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, entre os mortos contam-se seis crianças e quatro mulheres. Além disso, dezenas de outras pessoas ficaram feridas durante o ataque das forças israelitas. Os meios de comunicação social do Hamas indicam que o número de mortos é de 26.

Segundo o comunicado dos militares israelitas, as novas ordens devem-se ao alegado recrudescimento dos ataques de militantes palestinianos, incluindo o lançamento de rockets a partir das zonas visadas no leste de Khan Younis. As ordens de evacuação não incluíam as instituições de saúde.Os palestinianos, as Nações Unidas e as agências internacionais de ajuda humanitária afirmaram que já não existe nenhum lugar seguro em Gaza.

No início de julho, dezenas de palestinianos foram mortos em ataques israelitas separados na zona de Al-Mawasi, designada por zona humanitária.

Israel afirmou que os ataques tinham como alvo militares armados, incluindo alguns dos principais comandantes militares do Hamas.

Esta segunda-feira, as autoridades de saúde do Hospital Nasser, em Khan Younis, pediram aos residentes que doassem sangue devido ao grande número de vítimas que estavam a dar entrada no centro médico.

O Serviço Civil de Emergência palestiniano afirmou ter informações sobre dezenas de pessoas mortas pelos disparos aéreos e de tanques israelitas nos arredores orientais de Khan Younis, mas as equipas não conseguiram chegar até elas devido à intensidade dos bombardeamentos.

Entretanto, os militares israelitas efetuaram ataques aéreos a duas casas nas zonas de Al-Bureij e Deir Al-Balah, no centro da Faixa de Gaza, ferindo várias pessoas, segundo os médicos.
Outro ataque aéreo na cidade de Gaza, no norte do enclave densamente povoado, matou dois outros palestinianos, acrescentaram.

Israel prometeu erradicar o Hamas depois de os militantes do movimento islamita terem matado 1.200 pessoas e feito mais de 250 reféns num ataque transfronteiriço em 7 de outubro do ano passado, segundo os registos israelitas. Desde então, pelo menos 38 mil palestinianos foram mortos na ofensiva de retaliação de Israel, segundo as autoridades sanitárias de Gaza.

Um esforço de cessar-fogo liderado pelo Catar e pelo Egito e apoiado pelos Estados Unidos tem sido insuficiente devido a desacordos sobre os termos entre os combatentes, que se culpam mutuamente pelo impasse.

Apesar de as negociações para um cessar-fogo e a libertação dos reféns terem estagnado durante vários meses, Netanyahu anunciou no domingo à noite que tinha concordado em enviar uma nova delegação na quinta-feira para negociar um acordo.

Em Israel, há várias semanas que os manifestantes se reúnem para exigir a libertação dos reféns. No domingo, os israelitas voltaram a protestar no aeroporto Ben Gourion, em Telavive, antes da partida de Benjamin Netanyahu para Washington.
Netanyahu ruma aos EUA
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, deixou entretanto Israel com destino aos Estados Unidos, onde deverá proferir um discurso perante o Congresso norte-americano, numa altura em que as relações entre os dois países estão tensas devido à guerra em Gaza.

Netanyahu considerou que esta visita era “muito importante” numa altura de “grande incerteza política”, referindo-se à decisão do presidente dos EUA, Joe Biden, de não se recandidatar em novembro.
A viagem de Netanyahu a Washington tem também como pano de fundo a pressão exercida pelo seu aliado americano para que seja concluído um acordo de cessar-fogo com o Hamas na Faixa de Gaza, mais de nove meses após o início da guerra desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano a Israel.
Na quarta-feira, Netanyahu tornar-se-á o primeiro líder estrangeiro a discursar quatro vezes perante o Congresso dos Estados Unidos - uma reunião conjunta da Câmara dos Representantes e do Senado -, ultrapassando o britânico Winston Churchill, que discursou três vezes.

Pouco antes da sua partida, Netanyahu afirmou que, no seu discurso ao Congresso, iria “procurar ancorar o apoio bipartidário que é tão importante para Israel”.Ataque israelita no Iémen
As equipas de bombeiros continuam a tentar conter um enorme incêndio no porto de Hodeida, no Iémen, causado por um ataque israelita realizado no sábado em retaliação a um ataque houthi contra Telavive.

Os tanques de petróleo e uma central elétrica foram atingidos neste porto situado no oeste do Iémen, no Mar Vermelho, principal ponto de entrada das importações de combustível e da ajuda internacional destinada às regiões controladas pelos houthis.

Colunas de fogo e fumo negro subiram ao céu sobre Hodeida pelo terceiro dia consecutivo, segundo ocorrespondente da AFP no local. Os bombeiros estão a lutar para conter o incêndio, que ameaça alastrar-se às instalações de armazenamento de alimentos.

Imagens de satélite de alta resolução da Maxar Technologies mostram as chamas a devorar depósitos de combustível fortemente danificados no porto.

Os depósitos são geridos pela Yemen Petroleum Company, que afirmou no domingo que as seis pessoas mortas nos ataques israelitas eram seus empregados.

Apesar do incêndio, os funcionários do porto de Hodeida afirmaram que este estava “a funcionar em pleno”, segundo a agência noticiosa rebelde Houthi Saba.

“Estamos a trabalhar 24 horas por dia para acomodar todos os navios e não há preocupações quanto à cadeia de abastecimento e às entregas de alimentos, medicamentos e derivados do petróleo”, disse, no domingo, Nasr Al-Nousairi, um funcionário do porto, citado pela Saba.No entanto, a consultora norte-americana Navanti Group afirmou que os ataques a Hodeida destruíram cinco gruas e reduziram a capacidade de armazenamento combustível do porto de 150 mil toneladas para 50 mil toneladas.


Os houthis afirmam que mais de 80 outras pessoas ficaram feridas no ataque, muitas delas com queimaduras graves.

Tendo como pano de fundo a guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, os houthis estão a posicionar-se como um membro-chave da rede regional de aliados de Teerão, que inclui grupos no Líbano, na Síria e no Iraque.

Desde novembro, lançaram cerca de 90 ataques contra navios mercantes no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, alegando estar a agir em apoio dos palestinianos.

c/ agências internacionais

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