Itália criminaliza recurso a barrigas de aluguer no estrangeiro

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O Senado italiano aprovou, esta quarta-feira, a criminalização do recurso a barrigas de aluguer no estrangeiro, uma medida considerada pela oposição como "medieval" e discriminatória para casais do mesmo sexo, que são os principais protagonistas desta realidade.

Em Itália, o recurso às barrigas de aluguer é proibido desde 2004, sendo a medida agora aprovada uma extensão dessa proibição, promovida pelo partido Irmãos da Itália, da primeira-ministra Giorgia Meloni, e pelos parceiros de coligação da Liga.

Segundo a agência de notícias Associated Press, a medida foi aprovada no Senado italiano após um debate de sete horas, com 84 votos a favor e 58 contra, depois de a Câmara Baixa ter aprovado, no ano passado, a mesma medida.

Agora, os cidadãos italianos que viajem para países como os Estados Unidos ou o Canadá para recorrer a barrigas de aluguer enfrentam possíveis penas de prisão até dois anos e até um milhão de euros em multas.

"Quando o protecionismo prevalece, um fenómeno social não é apagado. Simplesmente é relegado a uma área obscura, que a lei não alcança. Neste caso, é mais fácil que a exploração, o abuso e as violações de direitos prevaleça", disse o parlamentar da oposição Riccardo Magi durante um protesto junto ao Senado italiano, no dia da votação.

A AP ouviu também um pai de duas crianças de 10 anos nascidas através de uma barriga de aluguer nos EUA. "Estamos muito tristes porque a Itália perdeu mais uma vez a oportunidade de demonstrar que é um país alinhado com o que a Europa e o mundo são", disse Cristiano Giraldi.

Um dos principais opositores ao recurso a barrigas de aluguer no estrangeiro foi o Papa Francisco, que criticou a "comercialização" das gravidezes.

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