Itália preocupada com indústria automóvel. Estamos em modo “autodestruição”

2 horas atrás 21

A primeira-ministra italiana diz que o banir dos motores de combustão interna em 2035 vai prejudicar a indústria automóvel europeia.

O Governo italiano quer uma revisão da proposta que proíbe a venda de automóveis novos com motores a combustão que emitam CO2 a partir de 2035.

Na semana passada, Giorgia Meloni, a primeira ministra italiana, chegou mesmo a chamar à eliminação gradual dos motores de combustão interna uma “decisão autodestrutiva”, com o poder de ferir gravemente a indústria automóvel europeia.

A redução em 100% das emissões de CO2 em 2035 é uma das muitas medidas do Pacto Ecológico Europeu (Green Deal), uma estratégia liderada pela Comissão Europeia (CE) para combater as alterações climáticas e reduzir a poluição. A Itália tem sido um dos países que se tem manifestado contra este plano. Meloni caracteriza as propostas deste pacto como “ideológicas”.

linha de produção fábrica mirafiori© Stellantis Fábrica de Mirafiori da Stellantis, em Turim, Itália

De acordo com Adolfo Urso, ministro da indústria italiano, o governo de que faz parte vai apresentar uma proposta oficial de revisão e discuti-la com a sua delegação nacional de legisladores da União Europeia (UE), amanhã, 25 de setembro. No dia seguinte esta deverá ser oficialmente apresentada numa reunião de ministros da UE.

“Acreditamos que é absolutamente necessário modificar a direção política industrial da UE.”

Adolfo Urso, ministro da indústria de Itália

Pacto Ecológico Europeu

No âmbito do Pacto Ecológico Europeu, foram aprovadas em 2023 pela CE um conjunto de propostas que têm como meta “uma redução das emissões de CO₂ de 100 % para os automóveis de passageiros e veículos comerciais novos, a partir de 2035”.

Apesar de ter sido aberta uma excepção ao uso de motores de combustão interna que recorram a combustíveis neutros em carbono, o efeito concreto dessa redução de 100% implica, essencialmente, o fim do motor de combustão interna em automóveis novos.

O regulamento tem, porém, uma cláusula de reapreciação das propostas para 2026, com o objetivo da CE “avaliar exaustivamente” os progressos realizados e a eventual necessidade de os rever. O governo italiano quer que essa discussão aconteça já em 2025.

Relembramos que o principal foco dessa revisão está na avaliação dos avanços da tecnologia híbrida e se poderão cumprir os objetivos definidos para 2035.

Vendas a cair

As medidas até agora avançadas pela UE tinham também como objetivo incentivar os construtores europeus a investirem no desenvolvimento e produção de automóveis elétricos. Os planos não correram como o previsto.

Isto porque o mercado da UE não respondeu da forma esperada e as vendas de elétricos (e também híbridos plug-in) entraram em território negativo este ano (contabilizadas até agosto). A redução e o fim dos incentivos à compra de automóveis elétricos em vários países tem sido uma das principais causas para o declínio.

Esta desaceleração na venda de elétricos tem levado a larga maioria dos grupos automóveis a refazer os seus planos de eletrificação, adiando objetivos e a suspender investimentos em novos modelos e fábricas.

Antes de 2035, porém, há metas intermédias de redução de emissões a cumprir em 2025 e 2030 e têm sido vários os grupos automóveis a manifestar-se a favor do adiamento ou suavização dessas mesmas metas.

Até agora, o único grupo que se manifestou contra o adiamento das metas de emissões foi a Stellantis. Segundo Carlos Tavares, diretor executivo do grupo, “todos sabiam (das metas), agora é altura de competir.”

Fonte: Reuters

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