João Cerejeira. Descida dos juros será "processo lento", mas "estão reunidas as condições"

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BCE

27 mai, 2024 - 12:00 • André Rodrigues

Economista e docente da Universidade do Minho considera que declarações do economista-chefe do Banco Central Europeu antecipam inversão da política monetária seguida depois da subida da inflação. Único risco seria uma eventual subida da inflação nos Estados Unidos: "teria consequências a nível de valor do euro".

O economista João Cerejeira considera que “estão reunidas as condições macro” para uma descida das taxas de juro.

É a leitura do professor da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho à entrevista do economista-chefe do Banco Central Europeu ao jornal Financial Times.

Philip Lane diz que o BCE está pronto para descer as taxas de juro e que isso poderá acontecer já na próxima reunião de política monetária, marcada para 6 de junho em Frankfurt.

Em declarações à Renascença, João Cerejeira reconhece que é um sinal de inversão da política monetária seguida por causa da subida da inflação, mas “é de esperar que seja o início de um processo lento”.

Ultrapassadas as taxas de inflação muito elevadas entre finais de 2022 e todo o ano de 2023, o docente considera que “já nos aproximamos do valor objetivo do BCE, que são os 2% e também já temos alguma estabilização nos preços da energia”.

Nesse quadro, “a consequência natural será a descida do preço do dinheiro”, que “vai ter um efeito positivo para as famílias portuguesas”, mas também para o Estado, “que ainda tem uma dívida pública muito grande e, portanto, quer dizer que terá melhores condições de financiamento nos próximos anos”.

Contudo, há riscos e, para João Cerejeira, o primeiro deles é o risco de inflação na economia norte-americana. Se tal acontecer, “será muito mais difícil para a Europa seguir uma política monetária mais expansionista, porque teria consequências a nível do valor do euro”.

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