Joe Biden desiste da corrida à Casa Branca e apoia Kamala Harris para candidata democrata

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Joe Biden anunciou que vai desistir da recandidatura à Casa Branca, numa carta divulgada na rede social X. Vai falar à nação durante esta semana sobre a sua decisão.

epa11473519 US President Joe Biden speaks during a press conference on the sidelines of the 75th Anniversary of the North Atlantic Treaty Organization (NATO) Summit at the Walter E. Washington Convention Center in Washington, DC, USA, 10 July 2024. President Biden is under increasing pressure from Democrats to step aside as the party’s presidential candidate.  EPA/JIM LO SCALZOi

JIM LO SCALZO/EPA

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O Presidente norte-americano Joe Biden anunciou este domingo que vai desistir da candidatura à Casa Branca, numa carta divulgada na rede social X, a quatro meses das eleições. Pouco depois do anuncio, avançou que apoia Kamala Harris para candidata democrata.

“Tem sido a maior honra da minha vida servir-vos enquanto Presidente. E enquanto tem sido a minha intenção procurar reeleição, eu acredito que é do interesse do meu partido e do país que eu desista e me concentre exclusivamente no cumprimento das minhas funções de Presidente até ao final do meu mandato”, pode ler-se na nota.

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— Joe Biden (@JoeBiden) July 21, 2024

O líder norte-americano relembra ainda os progressos feitos ao longo destes últimos três anos e meio, começando por dar destaque à economia dos EUA, “a mais forte do mundo”.

“Fizemos investimentos históricos na reconstrução da nossa Nação, na redução dos custos dos medicamentos sujeitos a receita médica para os idosos e na expansão de cuidados de saúde acessíveis a um número recorde de americanos. Prestámos cuidados extremamente necessários a um milhão de veteranos expostos a substâncias tóxicas. Aprovámos a primeira lei de segurança das armas em 30 anos. Nomeámos a primeira mulher afro-americana para o Supremo Tribunal. E aprovámos a legislação climática mais significativa da história do mundo. A América nunca esteve tão bem posicionada para liderar como hoje”.

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“Eu sei que nada disto podia ter sido feito sem vocês, o povo americano. Juntos, superámos uma pandemia que só se verificou uma vez num século e a pior crise económica desde a Grande Depressão. Protegemos e preservámos a nossa democracia. E revitalizámos e reforçámos as nossas alianças à volta do mundo”.

Também no X, avançou que apoia Kamala Harris para candidata democrata à corrida à Casa Branca: “A minha primeira decisão como candidato do partido em 2020 foi escolher Kamala Harris como minha vice-presidente. E foi a melhor decisão que tomei. Hoje quero oferecer todo o meu apoio e endosso para que Kamala seja a indicada do nosso partido este ano. Democratas — é hora de nos unirmos e derrotar Trump. Vamos fazer isso”.

My fellow Democrats, I have decided not to accept the nomination and to focus all my energies on my duties as President for the remainder of my term. My very first decision as the party nominee in 2020 was to pick Kamala Harris as my Vice President. And it’s been the best… pic.twitter.com/x8DnvuImJV

— Joe Biden (@JoeBiden) July 21, 2024

Joe Biden vai falar à nação ainda esta semana sobre a sua decisão de se retirar da corrida.

Esta sexta-feira, o diretor da campanha de Joe Biden garantiu que o Presidente ia regressar à campanha na próxima semana, depois de debelar a infeção pelo novo coronavírus. Pouco depois, porém, a NBC veio noticiar que a família de Biden já estava a discutir um plano de desistência “digno”.

Biden está a fazer “exame de consciência”. Obama, Pelosi e outros democratas influentes pressionam Biden a retirar recandidatura

O The New York Times era outro dos jornais a dar conta da existência de sinais que podem indicar que Biden estava a planear afastar-se. O jornal escreveu que várias pessoas próximas a Joe Biden acreditavam que o Presidente dos EUA “começou a aceitar a ideia” de que pode não conseguir vencer nas eleições de novembro e que “pode ter de desistir da corrida”. Uma das fontes indicou que Biden ainda não tinha tomado uma decisão, mas outra adiantava que a “realidade está a assentar” e que não seria uma surpresa que Biden anunciasse em breve que apoia Kamala Harris para o substituir.

O QUE DIZ A CARTA

Meus compatriotas americanos,

Ao longo dos últimos três anos e meio, fizemos grandes progressos enquanto nação.

Hoje, os Estados Unidos da América têm a economia mais forte do mundo. Fizemos investimentos históricos na reconstrução da nossa Nação, na redução dos custos dos medicamentos sujeitos a receita médica para os idosos e na expansão de cuidados de saúde acessíveis a um número recorde de americanos. Prestámos cuidados extremamente necessários a um milhão de veteranos expostos a substâncias tóxicas. Aprovámos a primeira lei de segurança das armas em 30 anos. Nomeámos a primeira mulher afro-americana para o Supremo Tribunal. E aprovámos a legislação climática mais significativa da história do mundo. A América nunca esteve tão bem posicionada para liderar como hoje.

Eu sei que nada disto podia ter sido feito sem vocês, o povo americano. Juntos, superámos uma pandemia que só se verificou uma vez num século e a pior crise económica desde a Grande Depressão. Protegemos e preservámos a nossa democracia. E revitalizámos e reforçámos as nossas alianças à volta do mundo.

Tem sido a maior honra da minha vida servir-vos enquanto Presidente. E enquanto tem sido a minha intenção procurar reeleição, eu acredito que é do interesse do meu partido e do país que eu desista e me concentre exclusivamente no cumprimento das minhas funções de Presidente até ao final do meu mandato.

Vou falar à nação esta semana em detalhe sobre a minha decisão. 

Por agora, deixem-me expressar a minha profunda gratidão por todos aqueles que trabalharam arduamente para me ver ser reeleito. Quero agradecer à vice-Presidente Kamala Harris por ser uma parceira extraordinários em todo este trabalho. E deixei me expressar a mais sincera apreciação ao povo americano pela fé e confiança que depositaram em mim.

Acredito hoje no que sempre acreditei: que não há nada que a América não consiga fazer — quando o fazemos juntos. Só temos de nos lembrar que somos os Estados Unidos da América. 

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