Joe Biden desiste da corrida à Casa Branca: “É no melhor interesse do partido e do país”

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O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou este domingo que abdica de ser candidato à reeleição, escrevendo um comunicado em que diz a decisão é tomada “no melhor interesse do meu partido e do país”.

Joe Biden escreve que foi a “maior honra” da sua vida servir os americanos enquanto Presidente e se concentrará totalmente na função de terminar o mandato. Diz também que falará ao país “mais tarde nesta semana”.

Ainda agradece à vice-presidente, Kamala Harris, mas sem a indicar como sua sucessora para a corrida nesse comunicado. No entanto, numa outra publicação na sua página oficial da X, Joe Biden declara apoio a Harris, escrevendo que “é hora de nos unirmos e derrotar Trump. Vamos fazê-lo.”

O Presidente dos EUA fez o anúncio após semanas de enorme pressão por parte de líderes democratas e outras pessoas de relevo no país, que cada vez mais não conseguiam acreditar na vitória do partido se Joe Biden se mantivesse na corrida.

A viragem começou com o desempenho no debate entre os dois candidatos, do partido Republicado e do partido Democrata, no mês passado, em cujo rescaldo Joe Biden admitiu que estava cansado.

Logo de seguida, numa cerimónia pública de assinatura de um acordo de segurança entre a NATO e a Ucrânia, no último dia da cimeira da Aliança Atlântica, Biden enganou-se ao apresentar o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chamando-lhe “Presidente Putin”.

As gafes sucessivas e a aparente figura frágil de Biden exacerbaram as preocupações de longa data dos eleitores de que o presidente de 81 anos poderia não conseguir aguentar mais um mandato de quatro anos à frente do país.

Nas últimas semanas, mais de 30 membros democratas do Congresso pediram que Biden se afastasse, entre eles Nancy Pelosi que, numa conversa privada, disse que as sondagens mostravam que Biden não conseguia derrotar Trump e que o Presidente poderia estar a destruir as hipóteses de vitória dos democratas em novembro, revelaram quatro fontes à CNN.

Partido Democrata numa encruzilhada

A decisão anunciada este domingo mergulha a nomeação democrata na incerteza poucos meses antes das eleições de novembro contra Donald Trump.

Entre os possíveis substitutos de Biden, a hipótese mais palusível é Kamala Harris – e foi a quem Biden já declarou apoio.

A vice-presidente é impopular. Mostram as mais recentes sondagens que não altera as probabilidades de o Partido Democrata sair vencedor das eleições presidenciais.

Se se confirmar Kamala Harris enquanto cadidata, ela representa uma transição mais leve, uma vez que é desde 2021 a vice-Presidente do país. Mas há democratas a quererem uma convenção para escolherem um outro substituto.

O facto de ser mulher, ser mais nova do que o atual Presidente e do que o adversário republicano, e ter sido a primeira vice-Presidente africana e asiática-americana são pontos a seu favor. Kamala Harris continua a ter uma taxa de aprovação maior do que Biden nas comunidades negras, latinas e asiáticas, segundo um inquérito do Politico/Morning Consult.

Por defender os direitos reprodutivos das mulheres, também tem uma maior aceitação por parte do eleitorado feminino.

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