Jornalistas? Greve "inédita" teve "adesão enorme" e gerou "solidariedade"

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Os jornalistas portugueses fizeram greve geral, entre as 00h00 e as 23h59 de quinta-feira, por todo o país, deixando "redações sem ninguém", com uma "adesão enorme".

São as conclusões que o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Luís Simões, retirava ao longo do dia, conforme explicou ao +M, do jornal Eco.

A paragem contou com concentrações em Coimbra, no Porto e em Lisboa, juntando profissionais de diferentes meios de comunicação que partilharam as suas reivindicações sobre a precariedade da profissão, os baixos salários e a degradação das condições de trabalho.

"O impacto da greve geral, aliás, começou ainda antes nas redações. Muitas chefias, preocupadas com a adesão, anteciparam dias de fecho de jornais, fizeram convites antecipados para programas, trocaram turnos para acautelar faltas de 'prováveis' grevistas, ou reforçaram-nos para atenuar o impacto da paralisação", escreveu o Sindicato dos Jornalistas (SJ) no seu website, fazendo um balanço da adesão.

Ao longo do dia, oriundas de diferentes pontos do espetro político e governamental, 'choveram' mensagens de "solidariedade" com os profissionais em greve. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhou o "papel dos jornalistas na democracia". "Onde não há comunicação social forte, não há democracia forte", disse, citado em nota oficial no website da Presidência da República.

Ao 'coro' juntaram-se o secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, que disse que "uma comunicação social livre e independente de todos os poderes, com profissionais respeitados e valorizados, é um dos pilares de uma democracia forte"; e o presidente do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro, afirmando que o jornalismo é "vital para a democracia".

O jornalismo está hoje em greve. Uma comunicação social livre e independente de todos os poderes, com profissionais respeitados e valorizados, é um dos pilares de uma democracia forte e uma das condições para termos cidadãos informados.

— Pedro Nuno Santos (@PNSpedronuno) March 14, 2024

Hoje, a notícia é a ausência de notícias. O Jornalismo é vital para a democracia: só há jornais, televisões e rádios fortes, livres e independentes com jornalistas fortes, livres e independentes.

— Luís Montenegro (@LMontenegroPSD) March 14, 2024

Do lado do Livre, o seu líder, Rui Tavares, expressou "solidariedade", e pelo Pessoas-Animais-Natureza (PAN), a porta-voz, Inês Sousa Real, defendeu que é necessária "uma imprensa livre" que "valorize os profissionais".

Já o secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Paulo Raimundo, rejeitou prestar declarações aos jornalistas à saída de uma reunião com Marcelo Rebelo de Sousa, em "solidariedade com a greve dos jornalistas"; e o Bloco de Esquerda (BE), através de uma mensagem no X (antigo Twitter), mostrou-se "solidário" com a greve, argumentando que "a precariedade, os baixos salários e o excesso de horas de trabalho são indignos para quem trabalha".

E foi notícia 'lá fora'

A greve geral dos jornalistas fez parar algumas redações por cá, mas 'lá fora', serviu para fazer notícia. "Portugal: uma greve de jornalistas inédita em 42 anos", escreveu o diário francês Le Fígaro, juntamente com a agência France-Presse (AFP).

Já o norte-americano Barron's escreveu: "Jornalistas em Portugal fazem greve pela primeira vez em 42 anos". A notícia chegou à Nigéria, pela mão do jornal 'online' Rippes Nigeria, com um título semelhante.

Greve "inédita" dos jornalistas é notícia lá fora. Eis o que se diz

Imprensa internacional faz referência à paralisação dos jornalistas que hoje se faz em Portugal.

Notícias ao Minuto | 16:33 - 14/03/2024

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