Juízes de casos relacionados com Donald Trump enfrentam onda de ameaças

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Os juízes, procuradores e funcionários judiciais de casos relacionados com Donald Trump estão a enfrentar uma onda de ameaças, relatou esta quinta-feira a agência Reuters

Desde que o ex-presidente dos Estados Unidos da América (EUA) lançou a primeira campanha eleitoral em 2015, o número médio de ameaças e comunicações hostis dirigidas a juízes, procuradores e funcionários judiciais mais do que triplicou, passando de 1.180 na década anterior para 3.810. Apesar destes números, apenas 57 processos federais por ameaças a juízes tiveram provimento desde 2020.

O juiz Royce Lamberth, de Washington, assumiu o caso contra os apoiantes de Donald Trump que atacaram o Capitólio dos EUA numa tentativa de anular o resultado das eleições presidenciais de 2020, vencidas pelo democrata Joe Biden. Depois de condenar a uma pena de prisão uma mulher de 69 anos, participante confessa do motim de janeiro de 2021, a caixa de correio do juiz encheu-se de ameaças de morte. As autoridades encontraram o autor, mas surgiram novas ameaças de "pessoas comuns das quais não se suspeitaria", descreveu Royce Lamberth. 

Após o término do mandato de Donald Trump, os tribunais rejeitaram dezenas de ações judiciais a alegar fraude eleitoral, movidas pelos aliados do ex-presidente dos EUA. Jon Trainum, ex-chefe da unidade responsável por investigar ameaças judiciais, contou que sempre que um caso relacionado com Donald Trump estava em tribunal "assistia-se a um aumento evidente de ameaças dirigidas a qualquer juiz que estivesse com o caso". Pelo menos dez juízes e quatro procuradores reberam ameças e sofreram assédio, incluindo juízes estaduais que desqualificaram o ex-presidente dos EUA das presidenciais de novembro. No Colorado, receberam chamadas falsas a atrair a polícia para as suas casas. Não houve registo de nenhuma detenção.

Na sexta-feira passada, Donald Trump foi multado em 329 milhões de euros por fraude empresarial. O julgamento sobre o alegado pagamento a uma ex-atriz pornográfica para ocultar um caso extra-conjugal vai iniciar-se a 25 de março. 

As eleições presidenciais norte-americanas estão agendadas para 5 de novembro. A campanha de Donald Trump, favorito nas eleições primárias republicanas, planeia ignorar a adversária Nikki Haley após a vitória na Carolina do Sul.

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