Kremlin cauteloso com abertura de Zelensky a conversações, Órban diz que Trump tem plano de paz: o 874.º dia de guerra

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O Kremlin reagiu com cautela às declarações do Presidente ucraniano, que na segunda-feira abriu as portas a conversações e disse ser favorável à presença da Rússia numa futura cimeira de paz. A Ucrânia organizou uma cimeira em junho na Suíça, mas a Rússia não foi convidada.

“A primeira cimeira de paz não foi de todo uma cimeira de paz, portanto, obviamente temos primeiro de compreender o que [Volodymyr Zelensky] quer dizer com tudo isso”, declarou o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, numa entrevista à televisão estatal russa Zvezda.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, transmitiu aos líderes europeus que Donald Trump, candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, vai exigir conversações de paz entre a Rússia e a Ucrânia caso venha a ser eleito em novembro. Trump já tem “planos bem fundamentados” com vista às conversações, disse Orbán, numa mensagem enviada aos líderes europeus citada pelo “Financial Times”.

Volodymyr Zelensky em Washington para a cimeira da NATO

Bonnie Cash/Getty Images

Outras notícias do dia:

⇒ Portugal e cerca de 50 outros países apelaram aos Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) que fornecem apoio material e político ao esforço de guerra russo na Ucrânia para pararem esse auxílio. O apelo foi feito antes de o ministro dos Negócios Estrangeiros russo presidir a um debate do Conselho de Segurança sobre “cooperação multilateral no interesse de uma ordem mundial mais justa, democrática e sustentável”. Os signatários consideraram o tema como mais uma “demonstração clara da hipocrisia da Rússia”.

⇒ O Presidente da República disse que a Europa não conseguiu explicar aos “países amigos africanos” que a invasão da Ucrânia não é um problema europeu, mas global. Intervindo no encerramento do Eurafrican Forum, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que “durante demasiado tempo a Europa não conseguiu explicar aos amigos africanos que a guerra na Ucrânia não era uma guerra europeia, mas sim uma guerra global envolvendo poderes globais, e poderes regionais fortes”.

⇒ O Parlamento ucraniano votou nesta terça-feira a eliminação de impostos e taxas sobre as importações de equipamento energético, numa altura em que o país enfrenta uma grave crise energética devido aos bombardeamentos russos. Nos últimos três meses, os ataques russos com mísseis e drones às instalações de energia ucranianas levaram milhões de pessoas a enfrentar apagões prolongados e falta de água e de ar condicionado.

Os primeiros-ministros ucraniano e checo após a assinatura do memorando de cooperação

MILAN KAMMERMAYER

⇒ Empresas de armamento checas vão produzir espingardas de assalto e munições na Ucrânia, anunciou o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, durante uma visita a Praga. A produção resulta de acordos assinados pela Ucrânia com os grupos checos Sellier & Bellot e Colt CZ, que preveem a construção de uma fábrica de munições na Ucrânia.

⇒ Uma empresa russa vai pagar 15 milhões de rublos (cerca de 155 mil euros) aos militares que abaterem o primeiro caça F-16 norte-americano na Ucrânia, anunciou o Ministério da Defesa russo. O prémio será pago pela empresa de energia Fores, que já tinha tido uma iniciativa idêntica no caso dos tanques norte-americanos Abrams e alemães Leopard entregues à Ucrânia.

⇒ Mais de 200 civis foram mortos e pelo menos 1100 ficaram feridos em ataques ucranianos na região russa de Belgorod desde o início da invasão russa da Ucrânia, no dia 24 de fevereiro de 2022, indicou o governador da região. O acesso a 14 aldeias na região, que faz fronteira com a Ucrânia, será vedado à maioria dos civis, anunciou Vyacheslav Gladkov, justificando com a situação “extremamente difícil” devido aos bombardeamentos ucranianos.

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