Líder da oposição israelita apela a trégua com Hamas para libertar reféns

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"Um acordo de reféns é realizável. É um acordo difícil, é um acordo do qual podemos não gostar, mas é realizável e por isso tem que ser feito", disse Lapid à imprensa após um encontro em Washington com o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken.

"Estas pessoas devem regressar às suas famílias", acrescentou Lapid, que foi primeiro-ministro em 2022 e hoje dirigiu críticas ao chefe do Governo, Benjamin Netanyahu.

O político centrista afirmou que a oposição dará apoio temporário ao Governo de direita de Netanyahu se este aprovar um acordo apoiado pelos mediadores - Estados Unidos, Egito e Qatar - incluindo a libertação de reféns mantidos pelo Hamas e uma trégua na guerra da Faixa de Gaza, que entrou no seu sétimo mês.

Esta visita ocorre num momento em que as relações entre os Estados Unidos e o seu aliado mais próximo no Médio Oriente estão tensas devido ao conflito no território palestiniano, onde Israel combate o movimento islamita em retaliação pelo ataque sem precedentes do Hamas em 07 de outubro em solo israelita.

"Precisamos ter certeza de que faremos o nosso melhor para evitar prejudicar o povo de Gaza", disse Lapid, em alusão às mais de 33 mil mortes, na maioria civis, que ocorreram no enclave e à grave situação humanitária que apresenta.

"Não estamos em guerra contra as crianças de Gaza. As crianças não deveriam ser vítimas nas guerras dos adultos", afirmou o líder da oposição, frisando, por outro lado, que Israel combate "uma terrível organização terrorista que as utiliza como escudos humanos".

Segunda uma fonte do Hamas citada pela agência France Presse, o grupo palestiniano está examinar uma proposta de trégua em três fases, sendo que a primeira prevê um cessar-fogo de seis semanas.

Representantes do Governo israelita e do Hamas reuniram-se no domingo no Cairo para negociações indiretas através de mediadores do Egito, dos Estados Unidos e do Qatar que lhes apresentaram este plano.

A nova proposta também prevê, numa primeira fase, a libertação de 42 reféns israelitas (incluindo soldados, crianças e mulheres idosas) em troca de 800 a 900 palestinianos detidos em prisões israelitas, de acordo com uma fonte próxima das negociações.

O projeto de acordo estipula ainda a entrada de 400 a 500 camiões de ajuda alimentar por dia na Faixa de Gaza e o regresso a casa dos residentes do norte do território palestiniano deslocados pela guerra, disse a mesma fonte.

Numa segunda etapa, todos os outros reféns seriam libertados. Israel estima que existam atualmente 129 pessoas ainda mantidas em cativeiro na Faixa de Gaza, das quis 34 estão mortas. Em troca, um número ainda indeterminado de detidos palestinianos sairia das prisões israelitas.

Uma terceira e última fase prevê a retirada completa do Exército israelita da Faixa de Gaza e o fim do cerco ao território imposto por Israel depois da tomada do poder pelo Hamas em 2007.

Os Estados Unidos, por sua vez, afirmaram hoje que os mediadores apresentaram ao Hamas uma proposta de cessar-fogo.

"Agora cabe ao Hamas fazer com que isso aconteça", disse John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, recusando-se a revelar detalhes deste acordo para não o prejudicar.

As negociações no Cairo foram "sérias", mas é muito cedo para dizer se darão frutos, sublinhou a Casa Branca.

Após uma trégua de uma semana no final de novembro, que permitiu a libertação de 80 reféns em troca de 240 prisioneiros palestinianos, todas as outras tentativas de negociação falharam desde então.

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