Líderes religiosos guineenses repudiam ataques a lugares de culto em Bissau

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Numa declaração conjunta, os líderes do Conselho Nacional Islâmico, das Dioceses de Bissau e Bafatá, no leste do país, da União Nacional dos Imames, do Conselho Nacional das Igrejas Evangélicas da Guiné-Bissau e da Religião Tradicional condenaram o que consideram de "tristes episódios".

"Recentemente desencadeou-se em Bissau uma triste e inédita campanha, sem rosto, de atear fogo nos lugares sagrados das religiões tradicionais, o que, em resposta, conduziu à violação, seguida de incêndio, das portas da Igreja Evangélica de Mindará", um bairro da capital guineense, lê-se na Declaração Conjunta.

O documento, lido pelo padre Augusto Mutna Tamba, da Diocese de Bafatá, refere que aqueles atos ocorrem "sem nenhum motivo aparente que os justifique".

Os líderes religiosos guineenses afirmam estar a levantar a sua voz em cumprimento da sua "missão de preservar e promover a paz social e a coesão nacional", num país onde várias crenças religiosas sempre coexistiram de forma pacífica.

"A capacidade de os guineenses se entenderem e de coabitarem na diversidade remonta aos primórdios da existência dos povos que constituem o mosaico étnico e cultural da Guiné-Bissau e vem sendo preservada de geração em geração até ao período contemporâneo", assinala-se no texto.

Na declaração conjunta, os líderes religiosos referem que a Guiné-Bissau é um país "pacífico, seguro e tolerante", apesar da instabilidade política e governativa.

Apelam ainda aos cidadãos a abstere-sem de proferir, divulgar ou disseminar discursos sectários e radicais, bem como exortam as autoridades judiciais no sentido de investigarem os casos recentes em Bissau.

O pronunciamento dos líderes religiosos guineenses ocorreu na Casa dos Direitos em Bissau, perante cerca de cinco dezenas de dignitários, em representação dos quatro grupos religiosos da Guiné-Bissau.

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