Londres convoca embaixador israelita após morte de trabalhadores da WCK

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Num comunicado, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Andrew Mitchell, disse ter apresentado uma "condenação inequívoca do Governo ao terrível homicídio de sete trabalhadores humanitários da World Central Kitchen (WCK), incluindo três cidadãos britânicos". 

"Solicitei uma investigação rápida e transparente, que seja partilhada com a comunidade internacional, e uma responsabilização total", acrescentou.

Mitchell afirmou ainda ter reiterado a pressão para que Israel crie "um mecanismo eficaz de desanuviamento, de forma alargar o acesso humanitário".

"Precisamos de ver uma pausa humanitária imediata, para que a ajuda chegue e os reféns saiam, e depois avançar para um cessar-fogo sustentável", vincou.

O líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, também emitiu um comunicado a condenar o ataque e a reivindicar uma investigação e a punição dos responsáveis. 

"Os trabalhadores humanitários põem a sua vida em perigo para servir os outros. As suas mortes são revoltantes e inaceitáveis - e não é a primeira vez que os trabalhadores humanitários estão sob fogo na ofensiva de Israel", lamentou. 

O líder da oposição no Reino Unido foi mais longe e instou a um "cessar-fogo imediato, à libertação imediata de todos os reféns e ao pleno acesso humanitário a Gaza."

A organização humanitária WCK revelou hoje que um dos seus veículos foi atacado na noite de segunda-feira pelo exército israelita ao passar por Deir al Balah, no centro da Faixa de Gaza, depois de sair de um armazém onde tinham descarregado 100 toneladas de alimentos, num movimento coordenado com as autoridades israelitas.

Além dos britânicos, o grupo de vítimas incluía cidadãos da Austrália, Polónia, Palestina e um trabalhador com dupla nacionalidade norte-americana e canadiana.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, admitiu hoje que as forças armadas israelitas foram responsáveis pelo ataque.

"Infelizmente, no último dia houve um caso trágico em que as nossas forças atingiram involuntariamente pessoas inocentes na Faixa de Gaza", disse, adiantando que o incidente será objeto de uma investigação exaustiva, mas que tais coisas "acontecem na guerra".

O ataque contra os trabalhadores humanitários já foi condenado pela União Europeia e por vários outros países.

Desde o início da guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, em 07 de outubro de 2023, a World Central Kitchen tem participado nos esforços de socorro e de assistência humanitária na Faixa de Gaza, no fornecimento de refeições aos residentes do enclave.

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