Lucro do banco italiano Unicredit cresce 53,8% para 8.614 milhões em 2023

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As receitas, por sua vez, ascenderam a 23.843 milhões de euros em 2023, mais 17,3 % que no ano anterior.

O banco italiano Unicredit (UCG) fechou 2023 com um lucro de 8.614 milhões de euros, mais 53,8% que no ano anterior, um resultado recorde que supera todas as expectativas, anunciou hoje o banco em comunicado citado pela agência Lusa.

Os resultados consolidados do maior banco italiano por ativos estabelecem “um recorde” e “coroam três anos de sucesso e expectativas crescentes”, refere o banco na nota citada, adiantando que em 2022 o luco se situou em 5.599 milhões de euros.

As receitas, por sua vez, ascenderam a 23.843 milhões de euros em 2023, mais 17,3 % que no ano anterior.

No entanto, os custos operacionais caíram para 9.471 milhões de euros em 2023, menos 0,8% que em 2022.

Já o resultado bruto de exploração (EBITDA) situou-se em 14.372 milhões de euros, mais 33,3% que no ano anterior, enquanto o resultado líquido de exploração (EBIT) fixou-se em 13.823 milhões de euros em 2023, mais 55,5 % que no ano anterior.

Os empréstimos atingiram 409.478 milhões de euros no final de 2023, menos 5,3% em termos homólogos.

Em termos de solvabilidade, o rácio de caiptal CET1 registou um aumento para 15,89% no ano em análise.

O presidente-executivo do Unicredit, Andrea Orcel, enfatizou o “crescimento da qualidade e da rendibilidade” do banco, lembrando ainda que se trata de uma “prova incontestável” da estratégia “única e vencedora” levada acabo.

No entanto, afirmou que este percurso “ainda não terminou” e revelou a sua intenção de distribuir 8.600 milhões de euros pelos acionistas em 2023, isto é, o lucro total.

No último trimestre de 2023, o Unicredit registou um resultado líquido de 1.917 milhões de euros, mais 19% em termos homólogos.

Neste período, o EBITDA do banco totalizou 3.490 milhões de euros, mais 7,5%, em termos homólogos, enquanto o EBIT atingiu 3.190 milhões de euros, mais 17,4% que em 2022.

Análise aos resultados trimestrais feita pelo banco de investimento Jefferies

O Jefferies Group atribui um price-target às ações do banco italiano de 39,90 euros e recomenda a compra. As ações estão a cotar nos 29,31 euros, e sobem hoje 9,9%.

O Jefferies diz que o UCG conseguiu superar todos os indicadores, com o lucro líquido ajustado do 4º trimestre de 1,9 mil milhões de euros (declarado em 2,8 mil milhões de euros, sendo a diferença os descontos fiscais), bem acima do consenso e da estimativa do banco de investimento que era de 1,2 mil milhões de euros, com a atividade core a superar as expectativas.

A margem financeira fixou-se em 3,6 mil milhões de euros, uma subida de 4% acima do  consenso dos analistas, ajudado pela evolução trimestral positiva da Euribor, enquanto os empréstimos a clientes diminuíram 1,6% em termos trimestrais (depósitos aumentaram 1,1% em termos trimestrais). As comissões de 1,8 mil milhões de euros ficaram 2% acima do consenso. Os custos de 2,5 mil milhões de euros foram 2% melhores do que o consenso de analistas e cresceram 7% em termos trimestrais, impulsionados principalmente pelos efeitos esperados do novo acordo coletivo de trabalho dos bancários em Itália.

O banco registou custos de reestruturação de 0,8 mil milhões de euros no trimestre.

A qualidade dos ativos, mantém-se sólida. As provisões de 0,3 mil milhões de euros conduziram a um Custo do Risco de 0,10% no trimestre. O rácio de NPL permanece estável em 2,7% em relação ao trimestre anterior, com o stock de crédito em mora a cair 2,5% em relação ao trimestre anterior, apesar de a taxa de incumprimento ter subido ligeiramente para 1% no trimestre (0,8% no 3º trimestre). A cobertura situa-se em 47%, ligeiramente abaixo dos 48% registados em setembro, e os overlays (sobreposições) mantêm-se estáveis em 1,8 mil milhões de euros.

O rácio de capital core (CET1) caiu de 17,19% para 15,89%. O banco de investimento Jefferies realça o aumento das distribuições aos acionistas, que incluem dividendos de 3 mil milhões de euros (1,78 euros por ação que compara com o consensoe 1,67 euros) e recompras de ações de 5,6 mil milhões de euros.

O lucro líquido é visto como amplamente estável, o que aponta para um resultado líquido no fim do ano de 8,6 mil milhões, enquanto o consenso estima 7,7 mil milhões. “A receita da margem financeira será um vento contrário em relação a 2023, enquanto as comissões, opex e custos de integração serão um vento a favor”, segundo os analistas.

“Espera-se que o Custo do Risco permaneça amplamente estável mas com ligeira subida”.

A política de distribuição de dividendos dos lucros de 2024 foi atualizada com o banco italiano agora orientando para um pagamento de pelo menos 90% dos lucros, dos quais 40% através de de dividendos e o restante via buybacks.  O banco introduz também uma distribuição intercalar de 40% do total, implicando uma distribuição total durante o ano de 2024 em torno de 10 mil milhões de euros, refere o Jefferies.

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