A Repsol obteve um lucro líquido de 3.168 milhões de euros em 2023, 25,5% menos que no ano anterior, devido aos preços mais baixos do petróleo bruto e do gás, que em 2022 tinham disparado devido ao conflito na Ucrânia.
Segundo comunicou a empresa à Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários (CNMV), o lucro líquido ajustado, que mede especificamente a evolução do negócio, diminuiu 26% em 2023, para 5.011 milhões de euros.
Por outro lado, a Repsol anunciou que em 2024 pagará um dividendo em dinheiro de 0,90 euros brutos por ação, quase 30% mais do que em 2023, e lançará um novo programa de recompra de ações próprias por um máximo de 35 milhões.
Será igualmente proposto à assembleia geral uma redução de capital de 40 milhões de ações, que executará antes do final de julho através do resgate das suas próprias ações.
O resultado operacional bruto (Ebitda) foi de 9.254 milhões de euros em 2023, menos 33%, num ano em que o preço médio do barril de Brent foi de 82,6 dólares (menos 18,5% do que em 2022) e o do gás Henry Hub de 2,7 dólares por Mbtu (medição para gás).
O presidente executivo da Repsol, Josu Jon Imaz, afirmou que 2023 foi "um ano extraordinário", atingindo 7.064 milhões de euros de fluxo de caixa operacional, o segundo valor mais elevado da história da empresa, tudo isto no meio de um "tempo incerto e volátil".
Destacou também que, ao longo do ano, a Repsol distribuiu cerca de 2,5 mil milhões de euros aos seus acionistas.
Os investimentos da Repsol em 2023 foram de 6.167 milhões de euros, 43% dos quais (mais de 2.600 milhões) em projetos na Península Ibérica (Espanha e Portugal) e 30% em ativos de geração renovável.
No ano passado, a Repsol lançou 1.100 megawatts (MW) de energia renovável, atingindo 2.800 MW de potência instalada, principalmente em Espanha.
Por seu lado, os investimentos no negócio Industrial, que inclui as refinarias, totalizaram 1.161 milhões de euros em 2023.
O resultado ajustado da Exploração e Produção caiu 41,3%, para 1.779 milhões de euros, e o da Industrial baixou 15,6%, para 2.734 milhões: Já o resultado ajustado do segmento de Clientes aumentou 45,8%, para 614 milhões.
No caso da Geração de Baixo Carbono, registou uma quebra de 47,9%, para 75 milhões de euros, devido aos preços mais baixos e aos menores volumes nos ciclos combinados de produção de eletricidade com gás face aos de 2022.
Por outro lado, a Repsol informou que se apresentou às convocatórias de fundos europeus 'Next Generation', que envolvem um investimento de mais de 3.000 milhões de euros em inovação tecnológica, descarbonização e economia circular.
A dívida líquida da Repsol situava-se em 2.096 milhões de euros no final de dezembro, menos 7% que no ano anterior, o que coloca o seu nível de alavancagem financeira em 6,7%.
A Repsol, que recorreu ao imposto extraordinário sobre as empresas energéticas e que alertou em outubro que a sua continuidade poderia condicionar os seus investimentos em Espanha, indicou que em 2023 a sua contribuição fiscal no país foi de 10.446 milhões de euros, a maior de todas as do ÍBEX (35 empresas).
Relativamente à remuneração acionista, a Repsol destinou no ano passado 2.461 milhões de euros para remunerar os seus mais de 520.000 acionistas, que receberam um dividendo em dinheiro de 0,7 euros por ação, mais 11% do que em 2022.