Mais de metade das empresas aumentou a faturação em 2023

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Informa D&B analisou resultados de 371 mil empresas. PME têm os maiores crescimentos no volume de negócios. Atividades ligadas ao turismo registam os crescimentos mais expressivos, mas exportações recuam 1,7%.

Em 2023, o volume de negócios agregado do tecido empresarial cresceu 2,5% face ao ano anterior, o que representa um acréscimo na faturação de 10,6 mil milhões de euros. Este registo surge após dois anos consecutivos de forte crescimento neste indicador, refere a consultora Informa D&B.

De acordo com a sua análise ao desempenho das empresas em 2023, que observou resultados de cerca de 371 mil empresas, mais de metade das empresas (57%) viram a sua faturação aumentar. As pequenas e as médias empresas foram os segmentos com o maior crescimento no volume de negócios, registando aumentos de 8,6% e 7,0% respetivamente, enquanto nas microempresas o aumento foi de 2,3%. Ao contrário da tendência dos últimos 2 anos, o volume de negócios das grandes empresas desceu 1,2% em 2023.

O aumento do volume de negócios em 2023 é transversal à maioria dos setores de atividade, refere o estudo. Entre os setores com maior crescimento do volume de negócio agregado das respetivas empresas, destacam-se o Alojamento e restauração (+18%), Serviços gerais (+14%) e Serviços empresariais (+13%). Energia e ambiente, Grossista e Indústrias foram os setores com quedas no volume de negócios em 2023.

As atividades ligadas ao turismo registam os crescimentos mais significativos no volume de negócios em 2023. Alojamento de curta duração (+25,5%), Serviços turísticos (+21%), Transportes aéreos (+20,6%) e Hotelaria e turismo rural (+19,8%) estão entre as atividades com maiores crescimentos no volume de negócios.

O volume agregado das exportações recuou 1,7% face a 2022, sendo afetado sobretudo pelo decréscimo da exportação de bens e pelos negócios no mercado comunitário. Apesar desta queda ligeira, mais de metade das empresas exportadoras (51%) viram crescer o seu volume de negócios com o exterior. Em 2023, as exportações representaram 20% do total do negócio das empresas nacionais. O decréscimo nas exportações foi compensado pelo crescimento de 3,6% do mercado interno, que contribuiu assim para o crescimento de 2,5% na faturação agregada das empresas.

À semelhança dos últimos anos, quase dois terços das empresas manteve os números do emprego em 2023. Contudo, o total do emprego nas empresas cresceu 4,7% nesse ano, um crescimento que está mais concentrado nos setores dos Serviços empresariais, Alojamento e restauração e Construção. Em 2023, os custos com o pessoal cresceram em 60% das empresas, apesar de apenas 21% ter aumentado o número de empregados.

Dois terços das empresas atingiram resultados positivos em 2023, uma realidade que é transversal à maioria dos setores de atividade. Os resultados líquidos agregados do tecido empresarial cresceram 12,2% face ao ano anterior. Metade das empresas regista um crescimento neste indicador, dando continuidade aos aumentos expressivos de 2021 e 2022. Esta subida foi também transversal a quase todos os setores de atividade, destacando-se as Energias, Serviços Empresariais e Indústrias.

O crescimento dos resultados líquidos refletiu-se numa melhoria da rentabilidade das empresas. A margem líquida evoluiu de forma positiva em 2023, atingindo os 8,2% (+0,7pp), fruto do efeito conjunto do crescimento dos negócios e de uma maior otimização das estruturas de custos, traduzindo-se numa maior criação de valor e riqueza para a economia nacional.

Para além do desempenho financeiro, a Informa D&B analisou igualmente a Resiliência Financeira e o Score ESG das empresas nacionais. Segundo Teresa Cardoso de Menezes, diretora geral da Informa D&B, citada em comunicado, ‘quisemos acrescentar a esta análise outros indicadores que mostram a preparação das empresas para o futuro próximo, como a sua Resiliência Financeira ou as suas práticas ESG, neste caso porque a demonstração de comportamentos sustentáveis ao nível ambiental, social e de governance serão cada vez mais importantes na vida das empresas, sendo um critério para integrar as cadeias de valor das grandes empresas ou no acesso a investimentos e financiamentos.’

Mais de metade das empresas possui níveis de resiliência financeira elevado ou médio-alto, sendo mais alto quanto maior é a dimensão das empresas. Em quase todas as dimensões, cerca de 70% das empresas têm resiliência elevada ou médio-alta. A exceção são as microempresas, com estruturas financeiras mais frágeis e que, dado o seu elevado número, afetam a média global do tecido empresarial.

Cerca de um terço das empresas tem um Score ESG elevado ou médio-alto, de acordo com a análise da Informa D&B, assente num modelo que analisa as práticas ambientais, sociais e de governance das empresas. 38% das empresas registam um Score ESG médio e 30% têm um Score ESG mínimo ou reduzido. O Score ESG é um indicador da Informa D&B que reflete a posição de uma empresa relativamente ao seu setor e a empresas de dimensão equiparável, quanto aos fatores ESG que a caraterizam, num dado momento.

O universo de análise são empresas do setor público e privado com atividade comercial no ano (não inclui a Banca e os Seguros). Entende-se por empresa com atividade comercial qualquer empresa que apresenta dados de compras, vendas ou emprego no ano. Inclui as empresas com informação financeira publicada no portal do Ministério da Justiça (IES) relativa ao exercício de 2023. Para as análises de desempenho são consideradas apenas as empresas que apresentam dados financeiros para os dois períodos (2022 e 2023).

A Informa D&B é especialista no conhecimento do tecido empresarial. Disponibiliza o acesso a informação atualizada e relevante sobre a atividade de empresas e gestores, fundamental para a condução dos negócios dos seus clientes. A Informa D&B está integrada na maior rede mundial de informação empresarial, a D&B Worldwide Network, com acesso aos dados de mais de 500 milhões de agentes económicos em todo o mundo. A base de dados empresarial da Informa D&B é a mais utilizada em Portugal, servindo mais de 500 mil utilizadores através das duas marcas: INFORMA e e-Informa.

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