A maioria dos crimes terá sido cometida na lendária cidade de Timbuktu, no Mali, entre janeiro de 2012 e janeiro de 2013, segundo o comunicado do TPI.
Iyad Ag Ghaly, cuja idade não é especificada, é um dos mais importantes terroristas do Mali e do Sahel e um dos principais atores da crise de segurança em que o Sahel mergulhou desde 2012.
Dirige o Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos (GSIM, da sigla em francês), ligado à Al-Qaida, que opera no Mali, no Burkina Faso e no Níger, e é acusado de inúmeros ataques contra exércitos nacionais e de abusos contra civis.
Líder rebelde tuaregue radicalizado, também conhecido por "Abou Fadl", fundou em 2012 o grupo Ansar Dine, que invadiu e ocupou Timbuktu.
Os crimes visados incluem assassínio (incluindo de soldados), violação, escravatura sexual e tortura, bem como "ataques intencionalmente dirigidos contra edifícios dedicados à religião e monumentos históricos".
Em 2012, o Ansar Dine utilizou picaretas e pás para destruir 14 dos 16 mausoléus famosos de santos muçulmanos em Timbuktu.
O mandado de captura foi inicialmente emitido em 18 de julho de 2017. Até então, tinha permanecido secreto devido aos "riscos potenciais para testemunhas e vítimas".
"O Sr. Ghaly não se encontra sob a custódia do TPI", refere o comunicado.
Originário da região de Kidal, no norte do Mali, participou com o Ansar Dine na insurreição que conduziu a um longo e sangrento conflito, que se estendeu ao centro do país e depois aos vizinhos Burkina Faso e Níger.
O TPI é o único tribunal independente que investiga, acusa e julga os piores crimes do mundo, mas não pode deter os suspeitos e depende dos seus Estados membros para efetuar as detenções.
Leia Também: Violações graves dos direitos das crianças registam aumento no Sahel