Manifestação no Martim Moniz: “Trata-se de um ato de ódio e intimidação”, diz BE

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Para o BE, “cabe ao Ministério da Administração Interna, à PSP e ao município de Lisboa garantir a legalidade e proteger os cidadãos, tomando as medidas para impedir esta ação”.

O Bloco de Esquerda considerou que a manifestação marcada para o Martim Moniz para 3 de fevereiro “trata-se de um ato de ódio e intimidação”.

“É do conhecimento público que grupos neonazis convocam uma ação de rua de teor racista e xenófobo para o dia 3 de fevereiro, junto ao eixo Almirante Reis e Martim Moniz. Não estamos perante um “protesto”. Trata-se, antes, de um ato de ódio e intimidação sobre as pessoas que residem e trabalham nesta zona, nomeadamente sobre comerciantes e as comunidades imigrantes”, destaca o BE em comunicado.

Para os bloquistas, “é evidente que tal ação se enquadra nas «atividades de propaganda organizada que incitem ao ódio e à violência contra pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, cor, origem étnica ou nacional, ascendência, religião», as quais são proibidas pelo artigo 240.º do Código Penal”.

O partido liderado por Mariana Mortágua defende que “esta iniciativa não pode ser dissociada dos recorrentes episódios de violência racista e xenófoba, como os casos de agressões ocorridos em Olhão, no Alentejo e no Porto ou o assassinato racista nas Praias do Sado, em Setúbal, em novembro passado”.

O BE diz que tendo em conta a manifestação que vai decorrer “torna-se necessária a intervenção das autoridades competentes”.

“Cabe ao Ministério da Administração Interna, à PSP e ao município de Lisboa garantir a legalidade e proteger os cidadãos, tomando as medidas para impedir esta ação. O Bloco de Esquerda associa-se ao repto lançado por um conjunto de cidadãos às autoridades e poderes públicos”, destaca o partido.

Na sexta-feira, o “Expresso” avançou que a marcha extremista marcada para o bairro do Martim Moniz, em Lisboa, para 3 de fevereiro, está a preocupar os imigrantes.

Em declarações ao semanário, o presidente da comunidade do Bangladesh, Rana Taslim Uddin, mostrou-se apreensivo. “Se houver algum problema, teremos de fechar as nossas lojas. Não queremos lutar contra eles”, disse ao jornal, acrescentando que já avisou os imigrantes “para não se meterem com eles e não ligarem a provocações”.

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