Mantêm-se as filas e o descontentamento: autocarros da UNIR “não passam” e geram protestos no Grande Porto e em Braga

9 meses atrás 119

Os primeiros dias em operação da UNIR, o novo serviço de transportes públicos rodoviários da Área Metropolitana do Porto (AMP), têm sido alvo de queixas dos utentes na maioria dos 17 concelhos onde está a funcionar. Há relatos de atrasos, autocarros que não passam, filas com dezenas de pessoas deixadas à espera.

Esta terça-feira, o segundo dia útil da plataforma, repetiram-se as filas e o descontentamento, mostra a reportagem da SIC em Vila Nova de Gaia. Vários utilizadores relatam elevados tempos de espera. “Tenho trabalho às 9h. Estou aqui há 40 minutos e não passa nenhuma”, diz uma cidadã, que se queixa que os veículos “nem dizem o destino”.

À SIC, Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da AMP (e da Câmara de Gaia) garante que a situação é temporária nesta fase de adaptação. “Os primeiros dias seriam sempre difíceis (…). O que peço é que as pessoas nos ajudem, nos corrijam, porque nos últimos dias temos estado 24 sobre 24 horas a trabalhar”.

Confrontado pelo Expresso com os relatos feitos nos últimos dias pelos utilizadores, o presidente da AMP tinha dito, esta segunda-feira, que são “impensáveis” e está, por isso, a “verificar o que está a acontecer”.

Está ainda por perceber quando vão ser revelados os horários de “serviço público”, como é caso dos horários escolares e noturnos, ou quando serão afixadas as escalas horárias nas paragens. Para já, ver os horários só no site da UNIR.

 autocarros da UNIR “não passam” e geram protestos no Grande Porto e em Braga

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Fim da ligação Porto-Braga pela A3 gera protesto dos cidadãos

A ligação Braga-Porto deixou de existir e centenas de passageiros que usavam a linha todos os dias ficaram sem transporte. A alternativa que é apresentada aos cidadãos faz aumentar o tempo de viagem de cerca de duas horas para perto de cinco.

Na manhã desta terça-feira, em Braga, dezenas de pessoas juntaram-se para exigir que a decisão seja revista ou mesmo suspensa.

A Comunidade Intermunicipal do Cávado (CIM) atira a culpa para a AMP, dizendo ser uma “decisão injustificável” e que só o Grande Porto pode reverter a decisão. “Do ponto de vista da Coesão Territorial, e das obrigações que a AMP tem para com as entidades intermunicipais congéneres e com toda a região Norte, esta decisão é injustificável”, diz o presidente da CIM e da Câmara de Braga, Ricardo Rio.

Eduardo Vítor Rodrigues diz, por sua vez, que a responsabilidade é da CIM. “Quando em 2019 a AMP lançou o concurso público não considerou essa linha porque não fazia parte do acordo com o Cávado. A dias do início da operação, perceberam que essa linha não estava no caderno de encargos. Já devia ter percebido antes”.

Ao Expresso, o presidente da AMP tinha já dito que esta é uma “não-questão”, revelando ter dado “ordens para avançar com esta questão para tribunal”.

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