Marrocos envia ajuda humanitária por terra para Gaza por via inédita

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A ajuda chegou por via aérea do país do Magrebe ao aeroporto Ben Gurion, em Telavive, e depois foi carregada em camiões israelitas até à passagem de Kerem Shalom, onde foi transferida para camiões do Crescente Vermelho Palestiniano para ser distribuída no norte do enclave, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Marrocos.

Hoje, parte das 40 toneladas já chegaram às mãos do Crescente Vermelho e outra parte atravessará a fronteira de Gaza até quarta-feira, coincidindo com o início do mês sagrado do Ramadão.

A diplomacia de Marrocos informou que se trata de um caminho "sem precedentes" do aeroporto até esta passagem, através da qual -- juntamente com a passagem de Rafah -- a ajuda humanitária entra atualmente em Gaza, o que foi conseguido graças às boas relações com Israel, que recentemente normalizaram as relações bilaterais.

A ajuda inclui produtos alimentares como leite para bebé, arroz, pão, tâmaras, farinha e conservas, que foram enviados, seguindo as instruções do Rei Mohamed VI.

A diplomacia de Marrocos explicou que o monarca cuidou, com os seus recursos pessoais, de "grande parte da ajuda enviada, sobretudo a que irá para bebés e crianças pequenas".

Além da ajuda a Gaza, serão distribuídos alimentos à população palestiniana de Jerusalém, nomeadamente 2.000 cestos para cada família e 1.000 refeições por dia, assim como será disponibilizada uma sala de coordenação de emergência ao hospital de Jerusalém.

Segundo o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), os habitantes da Faixa de Gaza encontram-se à beira da fome e precisam de um "aumento exponencial da ajuda" que chega ao enclave palestiniano.

Organizações dizem que é quase impossível entregar ajuda em grande parte do território devido às restrições israelitas, às hostilidades em curso e ao colapso da lei e da ordem, depois de a força policial dirigida pelo grupo islamita palestiniano Hamas ter desaparecido em grande parte das ruas.

A ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza já matou mais de 31 mil palestinianos e expulsou cerca de 80% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza das suas casas.

Israel declarou guerra ao Hamas depois de ter sofrido um ataque sem precedentes em 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, de acordo com as autoridades israelitas.

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