Medina: Dívida abaixo de 100% permite poupar 3,3 mil milhões em juros na próxima década

7 meses atrás 82

O ministro das Finanças elogiou a trajetória da dívida, lembrando que esta caiu em termos absolutos pela segunda vez em 50 anos e que tal permite uma libertação de recursos para outras áreas da economia.

A redução da dívida pública confere mais possibilidades ao Estado ao libertar recursos para o futuro, sublinhou o ministro das Finanças após ser divulgada a queda até 98,7% em 2023, retornando as contas nacionais a valores abaixo de 100%. Fernando Medina considera que o país está agora mais protegido contra choques externos negativos e elogiou o caminho percorrido, destacando os menores custos de financiamento para a economia.

O ministro das Finanças realçou que esta é a primeira vez desde 2009 que o rácio de dívida pública em função do PIB fica abaixo de 100%, além de ter sido apenas a segunda vez em democracia que registou uma queda em termos absolutos do nível de dívida. O ano passado fechou com uma redução de 9,4 mil milhões de euros, destacou, um cenário que havia sido registado apenas em 2021, quando o stock de dívida caiu 1,4 mil milhões de euros depois do disparo causado pela pandemia.

“Saímos claramente do grupo dos países mais endividados da Europa. Temos hoje uma dívida pública inferior à Grécia, Itália, França, Espanha e Bélgica”, referiu, um objetivo que o Executivo demissionário de António Costa havia já firmado. Com este resultado, o país coloca-se “numa posição bastante mais segura e protegida perante a instabilidade e incerteza” global, acrescentou.

Por outro lado, a descida da dívida permite “uma significativa libertação de recursos em juros para apoiar políticas públicas do país”, com Portugal a poupar 3,3 mil milhões de euros na próxima década só em juros. Ao mesmo tempo, as notações da dívida têm vindo a descer, significando menos custos para empresas e famílias.

“Estes resultados asseguram aos futuros governos mais margem de manobra para poderem fazer as suas escolhas. Seja na resposta a determinadas necessidades de classes específicas, […] seja com mais investimento, seja nas prioridades que o Governo venha a definir. Redução da dívida pública dá liberdade ao país”, reforçou.

Medina mostrou-se ainda satisfeito com os números mais recentes da economia portuguesa, que mostraram um crescimento de 2,3% no ano passado, o desemprego estável em 6,6% e a redução da dívida para menos de 100%. Mais, precisamente a dinâmica do mercado de trabalho ajuda a explicar, segundo o ministro, este resultado, visto que mais emprego significa “mais pessoas a trabalhar, a receberem salários, o consumo dos salários a gerarem receita fiscal e os próprios salários a gerarem receita fiscal e contributiva”.

Ler artigo completo