Médio Oriente. Alemanha defende que "não há atalhos" para solução de dois estados

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O porta-voz do Governo alemão, Steffen Hebestreit, sublinhou em conferência de imprensa que a Alemanha está comprometida com uma solução negociada entre as partes, o que, em última análise, implica Israel aceitar "a existência de um estado palestiniano separado".

Neste sentido, destacou que esta é "a única solução" para a coexistência pacífica entre israelitas e palestinianos e que "isso exigirá muita habilidade diplomática e provavelmente também muito tempo".

"Agora não há atalhos", observou Hebestreit, que alertou que não se deve esperar que este conflito desapareça repentinamente após uma decisão que descreveu como diplomática.

Os governos de Espanha, Irlanda e Noruega anunciaram hoje que vão oficializar o reconhecimento do Estado da Palestina na próxima terça-feira, 28 de maio.

O anúncio foi saudado pelos dirigentes palestinianos e criticado pelo Governo israelita, que chamou os seus embaixadores nos três países e convocou os homólogos em Jerusalém.

Espanha, Noruega e Irlanda somam-se aos 137 membros das Nações Unidas que reconhecem o Estado da Palestina.

Malta e a Eslovénia também afirmaram que poderão dar este passo em breve. Por seu lado, a França considera que não existem "as condições" que conduzam a esse reconhecimento.

Portugal mantém a vontade de reconhecer a Palestina, mas está a tentar obter o maior consenso possível entre os membros da União Europeia (UE), disse hoje à Lusa fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Por outro lado, o porta-voz do Governo de Berlim também confirmou que a Alemanha cumpriria a ordem de detenção proposta pelo procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) Karim Khan contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, por crimes de guerra e crimes contra a humanidade, caso seja aprovado pelos juízes.

"Claro que cumprimos a lei", disse o porta-voz quando questionado sobre este assunto.

O pedido no TPI de mandados internacionais de prisão contra Netanyahu e contra a cúpula do Hamas surge mais de sete meses depois de um novo conflito na Faixa de Gaza entre Israel e o grupo islamita palestiniano, que já matou mais de 35 mil pessoas, na maioria civis, segundo o Governo local.

A guerra no enclave palestiniano foi desencadeada por um ataque terrorista do Hamas em solo israelita em 07 de outubro, que levou à morte de mais de 1.100 pessoas enquanto outras cerca de 250 foram levadas como reféns.

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