Metro de Lisboa. Todas as obras estão atrasadas e custos para o Estado voltam a subir

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22 out, 2024 - 17:20 • Alexandre Abrantes Neves com Lusa

Aos atrasos da linha circular, juntam-se agora as derrapagens de 18 e 24 meses nas obras da linha vermelha e da futura linha violeta. O Estado vai agora ter de injetar ainda mais dinheiro - cerca de 370 milhões de euros -, mas governo garante estar a renegociar com Bruxelas para evitar perdas do PRR.

Todas as obras de extensão do Metropolitano de Lisboa estão atrasadas e os custos para o Estado devem subir mais de 370 milhões de euros.

A informação foi avançada esta tarde pela secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias, que esteve a ser ouvida na Comissão Parlamentar de Economia, Obras Públicas e Habitação. Na intervenção inicial, a governante assumiu não trazer "boas notícias", mas ressalvou que "todos os projetos são para executar".

No caso da linha vermelha, as novas quatro estações só devem ficar prontas depois de junho de 2028, mais de um ano e meio do que o inicialmente previsto.

Segundo a secretária de Estado, o arranque das obras está atrasado por ainda faltarem dois documentos necessários ao início dos trabalhos – um relatório da Agência Portuguesa do Ambiente e um parecer favorável da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.

Já a linha violeta, que deve unir a Várzea de Loures ao Hospital Beatriz Ângelo, deve arrancar dois anos mais tarde do que o previsto, apenas em 2027. Também aqui as obras ainda não arrancaram e o ML está, neste momento, a receber e a avaliar as propostas, para depois adjudicar a obra.

Metro de Lisboa. Planos para expansão da Linha Vermelha não mudaram

Quanto à linha circular – que vai levar à reorganização das atuais linhas verde e amarela e unir o Rato ao Cais do Sodré –, a secretária de Estado assinalou que já foram executados 65% dos fundos destinados à obra. No que toca a atrasos, Cristina Pinto Dias afirmou que a previsão da derrapagem continua a situar-se nos trinta meses e que os trabalhos devem estar finalizados em fevereiro do próximo ano.

No total, os custos para o Estado devem agora subir mais 370 milhões de euros – aos 120 milhões já conhecidos da linha circular, juntam-se agora mais de 100 milhões da linha vermelha e cerca de 270 milhões da linha violeta.

No caso da extensão da linha vermelha, até agora foram executados apenas 1,4% dos fundos, a maioria vindos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). A secretária de Estado reforçou o que foi dito pelo ministro da Coesão Territorial em junho e garantiu que está em “fase final de preparação” a renegociação dos prazos com Bruxelas para evitar a perda de fundos europeus.

A obra de expansão da linha Vermelha do Metropolitano de Lisboa abrange uma extensão de cerca de quatro quilómetros e quatro novas estações: Campolide/Amoreiras, Campo de Ourique, Infante Santo e Alcântara. Já a linha Circular, vai ligar a estação do Rato ao Cais do Sodré, numa extensão de mais dois quilómetros de rede e duas novas estações (Estrela e Santos), unindo as linhas Amarela e Verde num novo anel circular no centro de Lisboa. Quanto à linha violeta, trata-se de uma construção de metro ligeiro de superfície, que ligará o Hospital Beatriz Ângelo a Loures, passando ainda por Odivelas.

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