México quer taxar mais a banca, mas isso pode “complicar” OPA do BBVA ao Sabadell

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O México está a ponderar adotar algumas medidas para tapar o “buraco” nas finanças públicas, nomeadamente aumentar os impostos que cobra à banca num país em que o sector é dominado por instituições financeiras estrangeiras.

O México está a estudar formas de aumentar as receitas fiscais e uma das hipóteses será aumentar os impostos cobrados à banca, num sector dominado por grandes bancos norte-americanos e espanhóis. É o caso do BBVA, mas também do Sabadell, cuja oferta pública inicial (OPA) pode ser penalizada se o país decidir avançar com algumas das medidas para tapar o “buraco” nas finanças públicas.

De acordo com o “Financial Times”, os responsáveis estão a discutir um conjunto de medidas para aumentar as receitas em todos os sectores, com o objetivo de reduzir este ano o deficit projetado pelo presidente, Andrés Manuel López Obrador.

“Há margem para se cobrar mais impostos aos bancos”, referiu uma das fontes ouvidas pelo jornal. Entre as opções discutidas para o sector bancário inclui-se, por exemplo, a cobrança de um imposto sobre os lucros extraordinários, ainda que isto obrigasse a alterações na legislação, o que, referem outras fontes, dificilmente aconteceria neste momento.

Os juros mais elevados ajudaram as instituições financeiras no México a registarem lucros recorde superiores a 16 mil milhões de dólares no ano passado. O espanhol BBVA, o maior banco do país, fez quase metade dos seus lucros no México em 2023.

Se estes impostos sobre os bancos efetivamente avançarem, isto poderá ter consequências em operações em curso no sector, nomeadamente na OPA do BBVA ao Sabadell.

Francisco Riquel, analista da Alantra Equities, afirma ao “Financial Times” que caso haja um aumento da carga fiscal para o BBVA, isto vai “complicar” a sua oferta para comprar o rival Sabadell, uma vez que isto poderá reduzir os lucros e alterar a cotação.

Esta decisão poderá ficar nas mãos de Claudia Sheinbaum, aliada há muito do atual presidente e a favorita nas eleições presidenciais de junho. Caso vença, enfrentará forte pressão para resolver o mais elevado deficit do país desde os anos 80 e tornar as finanças públicas sustentáveis.

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