Miguel Albuquerque: “Acordo com CDS funcionou muito bem, mas chegou a altura de cada um fazer avaliação do que vale”

4 meses atrás 101

“Os números e os resultados da governação revelam o maior crescimento económico de sempre, desemprego residual, maior número de turismo da Madeira. Acho que neste momento o resultado do Governo foi um bom Governo. Face à conjuntura o que decidi foi que era uma altura de se fazer uma avaliação de cada partido”, diz Miguel Albuquerque.

O atual presidente do Governo Regional da Madeira e do PSD Madeira e também cabeça-de-lista social democrata às eleições regionais de 26 de maio, Miguel Albuquerque, aborda a atual relação com o CDS-PP partido com quem desde 2019 tem mantido uma coligação de governo e parlamentar. Contudo a coligação foi rompida para as eleições regionais de 26 de maio.

Albuquerque diz que o acordo funcionou muito bem, reforça que “não houve qualquer problema”, mas que acha que neste momento cada partido deve fazer uma avaliação daquilo que vale.

Quer o ex-líder do CDS-PP, Rui Barreto, quer o atual, José Manuel Rodrigues, teceram duras críticas à rutura do acordo entre centristas e PSD. Como está a sua atual relação com o CDS-PP?
Estou num governo com o CDS-PP.

Mas parece que as partes estão separadas …
É normal porque nós fomos em coligação e estamos em coligação nas Câmaras. Tivemos um acordo que funcionou muito bem. Não houve qualquer problema. Mas acho que neste momento cada partido deve fazer uma avaliação daquilo que vale. Foi esse o nosso entendimento, e da larga maioria do congresso da moção que fiz aprovar.
Mas não significa que o Governo de coligação não tivesse sido um ótimo Governo. Os números e os resultados da governação revelam o maior crescimento económico de sempre, desemprego residual, maior número de turismo da Madeira. Acho que neste momento o resultado do Governo foi um bom Governo.
Face à conjuntura o que decidi foi que era uma altura de se fazer uma avaliação de cada partido.
É óbvio que não havendo coligação há mais críticas, há mais autonomia, há mais intervenção no sentido de fidelizar eleitorado.

Mas diria-se que se a experiência governativa correu bem faria sentido reeditar …
Neste momento não há coligação.

A pergunta ia mais no sentido de perceber porque é que o PSD entendeu que seria altura de ir a eleições sozinho …
A conjuntura mudou. Passamos por uma crise difícil.

A questão do processo judicial teve aqui uma grande influência ….
A crise que se gerou aqui na Madeira num Governo que tinha sido eleito há seis meses, com os resultados que tinha tido, levou a uma reconfiguração política e a um processo político um pouco heterodoxo. Houve eleições internas no PSD, houve um congresso, houve a demissão do Governo, houve a dissolução da Assembleia da Madeira. Houve uma alteração da conjuntura. Neste momento acho que é sobretudo transparente nós nos apresentarmos ao eleitorado com a  nossa autonomia e identidade preservada. Isso é a única razão não há outra.

E acredita que o PSD terá mais força do que teve quando se juntou ao CDS-PP?
O PSD continua a ser o partido liderante da Madeira. É um partido de Governo é um partido que tem a responsabilidade de governar a Madeira há muitos anos e que tem neste momento um conjunto de responsabilidades. Não sendo o PSD um partido de protesto, mas um partido de Governo é óbvio que o PSD tem todas as condições para ganhar as eleições. É isso que nós vamos fazer. Nada de confundir o PSD com um partido de causas sectoriais, ou um partido destes que surgem de vez em quando tendo por base o politicamente correto, ou um partido de protesto. Nós somos um partido de Governo, que está na base da construção do nosso regime autonómico. E continua a inspirar a confiança da terceira geração de madeirenses e porto-santenses.

Leia o restante da entrevista com Miguel Albuquerque na edição de 17 de maio do Jornal Económico aqui e aqui.

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