Miguel Albuquerque sem "linhas vermelhas" para o Governo da Madeira

1 mes atrás 35

O Presidente do Governo Regional da Madeira demissionário, Miguel Albuquerque, assumiu que "não há linhas vermelhas" no que diz respeito a "entendimentos" com outros partidos, nomeadamente o Chega.

Considerando que ainda há espaço para se entender com o CDS-PP, Albuquerque refere que "o povo é que determina", assumindo que não deixa de fora um possível "entendimento" com o PAN ou até o Chega, começou por dizer Albuquerque, numa entrevista exclusiva à RTP.

"Não há linhas vermelhas, desde que sejam partidos que sejam aceites no sistema constitucional, nós temos de falar com os partidos todos e esta história de estigmatizar alguns partidos leva ao crescimento dos mesmos. O que o PS fez com o Chega fez com que o criador fosse devorado pela criatura", atirou Albuquerque.

Sobre a sua ligação com o líder social democrata do continente - e primeiro-ministro indigitado - Luís Montenegro, o presidente demissionário disse que "está tudo ok".

"Ele disse que, se fosse ele, tinha outra atitude. Está ótimo, já falei com ele, já dei os parabéns e está tudo ok", afirmou ainda.

O Governo Regional da Madeira está em gestão desde o início de fevereiro, depois de Albuquerque ter pedido a demissão do cargo após ter sido constituído arguido no âmbito de um processo em que são investigadas suspeitas de corrupção no arquipélago.

O Presidente do Governo Regional da Madeira demissionário afirma que não faz ideia do que é acusado. "Tenho lá uns indícios. Algumas denúncias são aquelas que são recorrentes do Partido Socialista - a praia Formosa, o teleférico do Curral, estamos a brincar... O Governo caiu por causa desta brincadeira", declarou.

De recordar que Marcelo Rebelo de Sousa reúne-se hoje com representantes de todos os partidos com assento na Assembleia Legislativa da Madeira e com o Conselho de Estado para resolver a crise política no arquipélago.

O chefe de Estado convocou na segunda-feira as nove forças partidárias, que serão ouvidas no Palácio de Belém, em Lisboa, por ordem crescente de representação parlamentar - a partir das 10h00 e com intervalos de 30 minutos - começando pelo BE, seguindo-se o PAN, a IL, o PCP, o CDS-PP e o Chega.

Da parte da tarde, Marcelo Rebelo de Sousa reúne-se com o JPP, às 14h00, e depois com o PS e o PSD, seguindo-se a reunião com o Conselho de Estado.

Este conjunto de audiências acontece depois de o Presidente da República ter recuperado, no início da semana, o poder de dissolver a Assembleia Legislativa da Madeira, uma vez que já decorreram seis meses desde as eleições regionais de 24 de setembro, que a coligação PSD/CDS-PP venceu sem maioria absoluta.

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