Milhares de indianos manifestam-se em Itália após morte de trabalhador

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Satnam Singh, um trabalhador clandestino de 31 anos, morreu na semana passada após ter um braço arrancado por uma máquina e o seu patrão o ter abandonado junto a uma estrada com o membro decepado.

"Foi largado como um cão. Existe exploração, sofremos isso na pele todos os dias e isso tem de acabar. Viemos aqui para trabalhar e não para morrer", disse Gurukh Singh, líder da comunidade indiana na região de Lazio, no centro de Itália.

A trágica morte de Satnam Singh, que continua sob investigação, reacendeu o debate no país sobre o combate aos abusos sistémicos no setor agrícola, onde a utilização de trabalhadores sem documentos e a sua exploração por patrões sem escrúpulos são frequentes.

Os trabalhadores recebem, em média, 20 euros por dia de 14 horas de trabalho, de acordo com o Observatório Placido Rizzotto, que avalia as condições de trabalho do setor agrícola.

A primeira-ministra de extrema-direita, Giorgia Meloni, tentou reduzir o número de imigrantes ilegais em Itália ao mesmo tempo que expandia as rotas de migração legal para trabalhadores não europeus para combater a falta de mão de obra.

Porém segundo a associação agroindustrial Confragricoltura, apenas 30% dos trabalhadores com visto ficam realmente em Itália, o que se traduz numa força de trabalho insuficiente para satisfazer as necessidades dos agricultores.

A polícia financeira italiana identificou quase 60 mil trabalhadores sem documentos entre janeiro de 2023 e junho de 2024.

Mas o maior sindicato de Itália, o CGIL, estima que até 230 mil pessoas, ou mais de um quarto dos trabalhadores agrícolas sazonais, não têm contrato.

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