Minho recebe o «dérbi dos dérbis»: «É maior que um Sporting-Benfica»

8 meses atrás 59

O ano civil de 2024 arranca da melhor forma no que à Liga Portugal Betclic e esta jornada, a 16ª, conta com grandes jogos, onde se destacam dois em específico, dois dérbis, sendo um deles o do Minho, entre gverreiros e vitorianos, numa rivalidade que vai além das quatro linhas.

Este sábado a cidade de Braga, e o Minho em geral, vai parar para mais um duelo - o 151º na história entre as duas equipas - entre dois dos maiores clubes nacionais e porta-estandartes da sua região, SC Braga e Vitória SC. É um confronto que vai além do sucesso desportivo de ambas as equipas, embora esteja ligado, e que coloca em jogo o amor pela sua cidade e a fama de «domínio territorial».

Para tentar perceber esta rivalidade, o zerozero foi falar com quem já a viveu na 1ª pessoa, dentro das quatro linhas, e o eleito foi Luís Filipe, antigo lateral português, que faz parte de um restrito lote de jogadores a ter representado os dois clubes e um ainda mais restrito lote de atletas a ter vivido este «dérbi dos dérbis», como o próprio apelida, dois dois lados das trincheiras.

Luís Filipe foi gverreiro e vitoriano @Catarina Morais

«É um dérbi daqueles à séria. Mais vivido intensamente da parte dos adeptos do Vitória do que da parte do SC Braga. Pelo menos eu sempre senti isso. É um dérbi que qualquer uma das equipas quer ganhar e aquele jogo é quase como ganhar uma competição ou uma taça. É visto dessa forma. O que mais me recordo é que os jogos em Guimarães eram sempre mais complicados, principalmente quando fui lá como jogador do SC Braga, do que o contrário. Todos conhecem o fervor que os adeptos do Vitória têm e num dérbi como este ainda mais fervorosos ficam. Passei por algumas fases complicadas, como atacarem o nosso autocarro, quando estava no SC Braga. Não devia acontecer, mas, de certa forma, acaba por empolgar-nos ainda mais. É, sem dúvida, o dérbi dos dérbis», começa por explicar-nos.

Luís Filipe
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«Recordo os dérbis como bem disputados, durinhos, vivos, com muita intensidade. Para mim, e para todos os jogadores, dava um prazer enorme disputá-los, porque eram muito bem disputados. Era incrível. É o dérbi dos dérbis, sem dúvida nenhuma», acrescenta.

E porque é que os adeptos do Vitória SC aparentam viver mais intensamente este jogo? Luís Filipe olha para algo além do desporto: «O Braga está na capital de distrito e se calhar os vitorianos acham que deviam ser maiores que Braga. Não sei se há um síndrome de inferioridade, ou não, que não tem razão de existir, porque são dois clubes enormes, com uma massa associativa enorme. Mas sei que sentem mais o jogo que os adeptos do SC Braga. São os adeptos mais fervorosos e, por vezes, ultrapassam os limites.»

Luís Filipe
Vitória SC
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Atualmente com 44 anos, Luís Filipe terminou a carreira em 2014, quando jogava no Olhanense, e aproveitou para ficar pelo Algarve, onde seguiu um caminho alternativo e criou uma empresa de produção de frutos vermelhos. Contudo, o «bichinho» reapareceu e recentemente começou a tirar os cursos de treinador (já tem o nível 3), esperando pela sua oportunidade. Entre conversas sobre a sua nova vida, chegamos a uma comparação entre os dérbis minhotos, entre SC Braga e Vitória SC, e os dérbis lisboetas, entre Sporting e Benfica, muitas vezes apelidados dos maiores do país. Mas a opinião de Luís, que jogou pelos quatro clubes, difere.

«Eu vivi-os de maneira diferente. Em Braga e no Vitória vivi-os mais por dentro, jogava com bastante regularidade, ao contrário dos dérbis que fiz pelo Benfica e Sporting, onde muitas vezes não participava. Logo aí, para mim, há uma diferença grande. Braga e Vitória, para mim, é um dérbi muito maior do que um dérbi entre Sporting e Benfica. Apesar de ser um grande dérbi, não tem a intensidade e rivalidade que existe entre SC Braga e Vitória SC, talvez por serem duas cidades diferentes. Logo aí já há rivalidade de cidade. No Sporting e Benfica é só rivalidade de clube. Acho que essa rivalidade de cidade é que o torna o dérbi dos dérbis», conclui.

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