"Repito claramente: não aceitarei o estabelecimento de uma administração militar israelita em Gaza, Israel não deve ter controlo civil sobre a Faixa de Gaza", afirmou Gallant numa conferência de imprensa.
O governante, membro do Gabinete de Guerra, apelou ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para que procure uma alternativa palestiniana ao grupo islamita Hamas para governar o enclave palestiniano, sem envolver as autoridades ou o exército israelitas.
Gallant afirmou que tem vindo a tentar, desde o início do conflito, em outubro, que as autoridades israelitas abordem a necessidade de procurar um "governo alternativo palestiniano local e não hostil" para Gaza.
O ministro deixou claro que só haverá um "dia seguinte" ao Hamas no enclave com um governo palestiniano acompanhado por atores internacionais, porque se Israel decidir estabelecer um governo militar em Gaza, este tornar-se-á "o principal esforço militar e de segurança" no país durante anos, à custa de negligenciar outras frentes.
"Não aceitarei a criação de um governo militar israelita em Gaza", sublinhou Gallant.
As suas observações surgem pouco depois de Netanyahu ter afirmado, numa mensagem de vídeo, que ainda não é altura de falar do "dia seguinte" à guerra, uma vez que o Hamas ainda não foi neutralizado.
"Enquanto não estiver claro que o Hamas não controla militarmente Gaza, nenhum ator estará disposto a assumir a gestão civil de Gaza", disse Netanyahu na mensagem, acusando o grupo islamita palestiniano de intimidar e atacar civis por trabalharem na distribuição de alimentos dentro do território de Gaza.
As palavras de Netanyahu surgem três dias após o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ter garantido numa entrevista à televisão CBS que os Estados Unidos ainda não viram um plano para Gaza pós-conflito.
As declarações de Gallant já suscitaram críticas do ministro da Segurança Nacional de Israel, o colono de extrema-direita Itamar Ben Gvir, que apelou, numa mensagem no X, à "substituição" do chefe da defesa para "atingir os objetivos da guerra".
"Do ponto de vista de Gallant, não faz diferença se Gaza é controlada por soldados do exército israelita ou se é controlada pelos assassinos do Hamas. Esta é a essência do conceito de um ministro da Defesa que falhou em 7 de outubro e continua a falhar até hoje", disse o controverso líder do partido extremista Poder Judaico, peça-chave na formação do governo de Netanyahu.
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