Ministro israelita responsabiliza Catar pelo ataque do Hamas de 7 de outubro

7 meses atrás 69

Bassam Masoud - Reuters

O ministro das Finanças de Israel acusou esta quinta-feira o Catar, entre os principais mediadores das negociações com o movimento radical Hamas, de ser responsável pelo ataque de 7 de outubro, que reacendeu o conflito israelo-palestiniano. Horas antes, o ministro dos Negócios Estrangeiros do emirado manifestou-se "horrorizado" com alegados comentários do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, sobre o papel do país árabe na mediação.

"O Catar é um país que apoia e financia o terrorismo", escreveu Bezalel Smotrich na rede social X, acusando diretamente Doha.

O emirado, acrescentou o líder do partido Sionismo Religioso, que integra o Governo de Israel, "é o patrocinador do Hamas e é o principal responsável pelos massacres cometidos pelo Hamas contra cidadãos israelitas”.

"Uma coisa é certa: o Catar não se vai envolver de forma alguma no que acontecer em Gaza depois da guerra".

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— בצלאל סמוטריץ' (@bezalelsm) January 24, 2024
Nos últimos dias, com o intensificar das operações militares no sul da Faixa de Gaza, tem aumentado o debate em Israel sobre a melhor forma de garantir a libertação dos reféns detidos pelo Hamas. Nos esforços de mediação estão o Catar, o Egito e os Estados Unidos, que tentam alcançar nova trégua, a libertação de mais reféns e fornecer mais ajuda humanitária ao território palestiniano.
Catar “horrorizado” com Netanyahu
Na quarta-feira, o Canal 12 de Israel difundiu uma gravação de um diálogo em que alegadamente se ouve o primeiro-ministro israelita, com familiares dos reféns, a descrever o papel de Doha nas negociações como "problemático".

"Não tenho ilusões em relação a eles", declarou Netanyahu no registo sonoro, acusando o emirado de financiar o movimento islamita palestiniano.

Esta quinta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Catar reagiu. Declarou-se “horrorizado”.

Estamos consternados com as alegadas observações atribuídas ao primeiro-ministro israelita em vários relatos dos meios de comunicação social sobre o papel de mediação do Catar”, escreveu Majed Al Ansari, nas redes sociais.

A serem confirmadas estas declarações, considerou então, “são irresponsáveis e destrutivas para os esforços para salvar vidas inocentes, mas não são surpreendentes”.

“Durante meses e após uma mediação bem-sucedida no ano passado, que levou à libertação de mais de uma centena de reféns, o Catar tem estado envolvido num diálogo regular com as partes envolvidas, incluindo instituições israelitas, tentando estabelecer um novo acordo de libertação de reféns e a imediata entrada de ajuda humanitária em Gaza”, acrescentou.

Por esse motivo, caso se confirme a veracidade das declarações, o Catar acusa Benjamin Netanyahu de estar a “obstruir e a minar o processo de mediação, para servir a sua carreira política, em vez de dar prioridade ao salvamento de vidas inocentes, incluindo reféns israelitas”.

“Esperamos que Netanyahu decida agir de boa-fé e concentrar-se na libertação dos reféns”, concluiu.

Recorde-se que Doha acolhe a liderança política do Hamas e, nos últimos anos, concedeu centenas de milhões de dólares em ajuda destinada à população de Gaza, que está sob o controlo do movimento desde 2007.

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