Missão lunar Chang`e-6. China continua a explorar o lado oculto da Lua

1 semana atrás 43

Foto: Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST)

A China volta a conseguir colocar em órbita lunar mais um veiculo autónomo com vista a explorar o lado não visível da lua. O novo módulo lunar chinês Chang'e-6, atingiu com sucesso a órbita lunar na noite de terça-feira, com a missão de recolher de rególito lunar e o enviar para a Terra.

Lançada em 3 de maio, a missão da Administração Espacial Nacional da China (CNSA), realizou uma viagem até á lua de cerca de 112 horas. Esta missão representa a primeira tentativa de recolher amostras do lado oposto da Lua, significando este feito avanços científicos significativos.

Neste momento e de acordo com a CNSA o Chang'e-6 está agora numa órbita lunar elíptica, com um periapsis de aproximadamente 200 quilómetros, e tem previsto o lançamento de um cubo de sete quilos, designado por Icube-Q, na órbita lunar, que vai estudar a preparação para a etapa seguinte: a alunagem.

Esta etapa só está prevista ser realizada no início de junho, altura em que o sol estará a iluminar a face oculta da lua – ou seja, Lua Nova, do ponto de vista terrestre.

Mas alguns dias antes o módulo lunar de pouso será separado do módulo de transporte, que antecederá à tentativa de pouso prevista para ser efetuada na cratera Apollo.

Mapa do outro lado lunar, indicando a zona de pouso Chang'e-6 dentro da cratera Apollo. Crédito: CNSA

A área de pouso alvo está localizada dentro da vasta e antiga Bacia do Pólo Sul-Aitken (SPA), acreditando-se conter material único da formação geológica do satélite natural da Terra.

A análise dessas amostras pode fornecer novas pistas sobre a Lua, especialmente a história da sua formação e as diferenças entre os dois hemisférios (visível e não visível).

A missão Chang'e-6 está previsto durar aproximadamente 53 dias, desde o lançamento até o pouso, de acordo com informações divulgadas pelo Laboratório de Exploração Espacial Profunda (DSEL), da CNSA.

A tentativa de pouso ocorrerá quando o sol estiver alto o suficiente no céu sobre a área de pouso, o que está programado para ocorrer após o nascer do sol sobre a cratera Apollo, no dia 28 de maio.

As previsões para as operações de recolha de amostras vão ser realizadas 48 horas após o pouso, seguidas pelo envio das amostras para a órbita lunar através de um veículo de subida.

O Chang'e-6 conta com o suporte do satélite Queqiao-2 para transmitir comunicações entre o módulo lunar e as estações terrestres.

Além do objetivo principal de retornar amostras, o Chang'e-6 transporta ainda cargas úteis internacionais da França, Suécia e Itália, bem como cubesats com o envolvimento do Paquistão, mas não só.

Numa foto recentemente divulgada, pode ver-se numa das partes laterais do modulo de pouso um rover adicional, algo que não foi transportado na missão Chang'e-5.

Pouco se sabe sobre o rover, mas uma menção ao rover Chang'e-6 é feita pelo Instituto de Cerâmica de Xangai, na rede social X, da Academia Chinesa de Ciências (CAS), sugere que o pequeno veículo transporta um espectrómetro de imagem infravermelha.

Este empreendimento faz parte dos objetivos lunares mais amplos da China, incluindo missões futuras ao polo sul da Lua e a eventual criação de uma base lunar permanente até a década de 2030.

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