Presidenciais: A entrada ou não na União Europeia serve de clivagem entre os moldavos. Os adeptos do ‘não’ acusam os do ‘sim’ de fazerem tudo para garantirem a vitória.
A voter casts a ballot at a polling station, as the country holds a presidential election and a referendum on joining the European Union, in Chisinau, Moldova October 20, 2024. REUTERS/Vladislav Culiomza
Um número insuficiente de boletins de voto enviados para a Rússia e uma burocracia praticamente impossível de ultrapassar marcaram a primeira volta – e o referendo sobre a entrada do país na União Europeia – das eleições presidenciais na Moldávia. Um moldávio nascido na Transnístria (enclave russófono) que vive em Portugal e não quer ser identificado disse ao JE que “a União Europeia quer a democracia na Moldávia, mas o governo não a pratica”, tendo tentado impedir o livre arbítrio da diáspora espalhada pelo mundo eslavo.
A segunda conta das presidenciais realiza-se a 3 de novembro, o próximo domingo. Na primeira volta, a 20 de outubro, a atual presidente, Maia Sandu, e o ex-procurador-geral Alexandr Stoianoglo conseguiram ‘passaporte’ para continuarem na corrida – com vantagem para Maia Sandu (42%) sobre Stoianoglo (26%). O ex-procurador é considerado mais próximo da Rússia que da União Europeia – recorde-se que o ‘sim’ à entrada na União ganhou com 0,4 pontos percentuais sobre o ‘não’ – mas, internamente, não é tido como ‘a aposta’ do Kremlin.
Essa qualidade, segundo a imprensa moldava, fica reservada para Victoria Furtuna, que não foi além do quinto lugar na primeira volta de há 15 dias, tendo por isso ficado pelo caminho. Apresentando-se como independente, o certo é que, segundo as mesmas fontes, Furtuna pediu aos seus apoiantes para votarem Stoianoglo na segunda volta. “Quero que o nosso país seja liderado por moldavos, não por romenos ou pelos serviços secretos estrangeiros. Eu não quero guerra. Tudo isso faz parte da política de Maia Sandu, e é isso que ela continuará a fazer se permanecer no poder. Escolham os nossos, não os estrangeiros. Escolham o nosso país e a nossa terra, não Bruxelas”, afirmou.
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