Montenegro acredita em acordo, mas avisa que não “vai colocar nem mais um cêntimo” à proposta das forças de segurança

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PSD

02 jul, 2024 - 14:26 • Manuela Pires

Apenas com 3 meses de Governo, o primeiro-ministro diz que não está preocupado com o tempo que vai durar a legislatura, garantindo que nada fará para encurtar esse tempo. E promete usar todos os instrumentos que a lei e a Constituição lhe conferem para cumprir o programa que não foi “chumbado” no Parlamento.

O primeiro-ministro acredita que o governo vai chegar a acordo com os sindicatos e associações das forças de segurança, mas no encerramento das jornadas parlamentares, Luís Montenegro avisou que o governo não vai acrescentar nem mais um cêntimo aos 300 euros, valor que foi a última proposta do Ministério da Administração Interna.

“Estamos disponíveis para fazer acertos no acordo, mas não nos valores. O governo não vai colocar nem mais um cêntimo na proposta que apresentou, porque nós fizemos um esforço que é um esforço medonho”, disse aos deputados.

Apesar do braço de ferro com a plataforma sindical da PSP e da GNR — que exige mais dinheiro —, o primeiro-ministro acredita que o acordo vai ser alcançado esta semana, mas não pode ser feita a qualquer preço, a bem do equilíbrio das contas públicas.

“Há uma coisa que não pode acontecer: é o Governo perder a autoridade de se preocupar com toda a sociedade, com todos os outros. Enquanto eu for primeiro-ministro, estarei disponível para resolver tudo aquilo que tem de ser resolvido em Portugal, mas não para trazer de volta a instabilidade financeira, o sofrimento para todos só para cumprir o interesse particular de alguns”, afirmou Luis Montenegro, no encerramento das jornadas parlamentares do PSD, em Sintra.

Os avisos do primeiro-ministro foram deixados a dois dias da discussão no parlamento de diplomas do Chega que vão ao encontro das reivindicações das forças de segurança e onde Luis Montenegro sublinhou a ideia de que os diplomas invadem a esfera de competência do Governo.

“Respeitamos a opinião política de todos, mas não vacilamos em denunciar, em combater, em confrontar os que se guiam pelo oportunismo, pela instrumentalização de problemas reais. Na próxima quinta-feira, veremos de que lado estão todos e cá estaremos todos para assumir a responsabilidade do que entenderem decidir”, disse Luis Montenegro.

"Não estou preocupado com a duração da legislatura"

Apenas com 3 meses de governo, o primeiro-ministro diz que não está preocupado com o tempo que vai durar a legislatura, garantindo que o governo nada fará para encurtar esse tempo e vai usar de todos os instrumentos que a lei e a constituição lhe conferem para cumprir o programa que não foi “chumbado” no parlamento.

“Eu não estou preocupado mesmo com o tempo de duração da legislatura, o tempo está determinado na Constituição, a única coisa que não dominamos é o que também está na constituição e que pode interromper esse tempo. O que vos garanto é que não vamos ser nós a dar razões para isso” disse Luis Montenegro aos deputados.

“Se houver na expressão da vontade política do povo representada no parlamento algum interesse em que isso não aconteça, garanto que não vai ser por responsabilidade do Governo nem por não estar a cumprir o seu programa” concluiu.

Com três meses de governo, Luis Montenegro garante que tem toda a disponibilidade para dialogar com os partidos da oposição mas que não tem jeito para jogos de sombra.

“Temos jeito para assumir compromissos e dizer até onde podemos ir, se os outros partidos políticos não quiserem, têm toda a legitimidade e liberdade política, mas não vão conseguir demover o Governo de governar. O Governo utilizará sempre aquilo que a lei e a Constituição lhe dão para poderem cumprir o seu programa”, garantiu o primeiro-ministro no encerramento das jornadas parlamentares do PSD que tiveram como tema o estado da nação.

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