Moody’s mantém rating da Brisa Concessão Rodoviária mas sobe “outlook”

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“Este foi o melhor desempenho entre os nossos operadores rodoviários europeus avaliados”, destaca a Moody’s. No entanto, atenuando os pontos fortes, o rating da BCR  leva também em conta algumas necessidades de refinanciamento da empresa.

A Moody’s Ratings alterou o Outlook da BCR – Brisa Concessão Rodoviária para positivo e reafirma as classificações em A3.

Em comunicado, a agência de rating diz que alterou hoje a perspetiva da BCR – Brisa Concessão Rodoviária de estável para positiva. “Simultaneamente, afirmámos também os ratings de dívida sénior garantida A3 da BCR e o rating (P)A3 sénior garantido do seu programa de obrigações de médio prazo de 3 mil milhões de euros”, lê-se na nota da Moody’s.

A agência de notação financeira diz que a ação de rating reflete o forte desempenho operacional da BCR no primeiro semestre deste ano e “a expectativa de que as métricas financeiras da empresa continuarão a melhorar devido ao aumento constante do tráfego e das tarifas, e à contínua redução da dívida”.

“Como resultado, prevemos que o rácio Consequentemente, prevemos que o rácio fundos provenientes de operações (FFO)/dívida da BCR, funds from operations (FFO)/debt ratio, ultrapasse provavelmente os 35% até ao final de 2025″, segundo a nota.

“A mudança da perspetiva da BCR para positiva reflete ainda a nossa expectativa de que a empresa preservará a sua estrutura de financiamento, continuará a apresentar ampla margem de manobra contra os seus compromissos financeiros e mantêm uma posição de liquidez adequada”, acrescenta.

No primeiro semestre de 2024, o tráfego na rede da BCR aumentou 4,2% (ou 3,6% líquido do efeito do ano bissexto), após o crescimento de tráfego de 8,9% registado em 2023.

“Este foi o melhor desempenho entre os nossos operadores rodoviários europeus avaliados”, destaca a Moody’s.

“O forte desempenho do tráfego reflecte uma actividade económica sólida em Portugal, que é suportada por um consumo privado sustentado, um sector de turismo em crescimento e um mercado de trabalho robusto. No futuro, as perspetivas fortes de crescimento a médio prazo para Portugal apoiarão o crescimento contínuo do tráfego na rede da empresa”, analisa a agência.

Maiores volumes de tráfego, aliados a um aumento médio das portagens de 2,1% no início do ano e à continuação da eficiência operacional, resultaram num crescimento de 8% do EBITDA no primeiro semestre de 2024.

A Moody’s espera que as receitas da BCR sejam suportadas por um crescimento tarifário relativamente estável de cerca de 2,0%-2,5% nos próximos anos, dado o mecanismo de indexação à inflação incorporado nas fórmulas das portagens.

“Adicionalmente, esperamos que a BCR continue a reduzir o montante total da dívida no seu balanço, dado o histórico da empresa de refinanciar apenas parcialmente os vencimentos da sua dívida e reembolsar o restante”, acrescenta.

A alavancagem financeira da BCR, baseada na dívida líquida/EBITDA, diminuiu para 1,87x em junho de 2024, face aos 2,03x de dezembro de 2023, o que ficou muito abaixo do nível de 4,0x a que são proibidos os dividendos aos acionistas.

A afirmação do rating A3 da BCR reflecte a grande dimensão e importância da sua rede para o sistema de transportes português; o apoio da concessão e do quadro regulamentar; o limitado  programa de investimento de capital da empresa, que apoia a geração de free cash flow; o pacote de cláusulas e outras proteções aos credores incorporadas na documentação da dívida da BCR; e um histórico de políticas financeiras prudentes.

No entanto, atenuando estes pontos fortes, o rating da BCR  leva também em conta algumas necessidades de refinanciamento da empresa, embora mitigadas pela sua prudente estratégia de pré-financiamento; e a exposição ao risco-país associado ao facto de estar sediada em Portugal.

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