Mota-Engil lidera quedas do PSI mas índice cresce num contexto de volatilidade

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Ações da construtora portuguesa lideraram quedas em todos os horizontes em setembro. Apesar disso, o PSI terminou o mês a valorizar, apesar do contexto internacional de grande volatilidade.

Nos vários horizontes de comparação feitos pela associações Maxyield, a Mota-Engil é a campeã das quedas em bolsa. Isto quer na comparação mensal, quer na comparação face a dezembro, ou quer mesmo face ao mês de setembro do ano anterior.

Nas subidas o que se verifica é que a campeã das cotadas que mais sobe no mês de setembro é a EDP Renováveis. Mas na comparação anual as ações do BCP são as que mais sobem. Por sua vez na comparação homóloga a Greenvolt e o BCP são as ações que se destacam nas subidas.

O PSI terminou o mês de setembro com o valor de 6.792,9 pontos, que significa um crescimento mensal de 0,5%, num contexto internacional de grande volatilidade.

A banda de variação mensal do PSI oscila entre a subida de 8,6% da EDP Renováveis e a queda de 16,4% da Mota-Engil, segundo a análise da Maxyield.

O ranking mensal das cotadas com aumento de valor em setembro é composto pela EDP Renováveis (8,6%), a EDP (8,1%), a J. Martins (5,4%), a Altri (2,1%), a REN (2,1%), a NOS (1,5%), a Ibersol (0,6%) e a Sonae SGPS (0,4%).

As sociedades com redução de valor em Setembro foram a Mota-Engil (-16,4%), a Galp (-10,4%), o BCP (-2,6%), os CTT (-1,7%), a Corticeira Amorim (-1,4%) e a Navigator (-0,1%).

A Semapa e a Greenvolt mantiveram as suas cotações inalteradas.

A evolução do PSI no mês de Setembro, caracteriza-se por forte volatilidade e uma trajetória errática.

O PSI apresenta um comportamento mensal melhor que o referencial europeu, mas sem força para acompanhar os índices norte-americanos.

No entanto, ao contrário da maioria dos índices europeus e norte-americanos, a forte quebra no mês de Junho, ainda não foi totalmente recuperada pelo PSI, continuando abaixo de 31 de Maio onde atingiu a cotação máxima de fecho mensal.

No que toca à evolução anual do PSI esta é aferida mediante comparação do índice e cotações observadas no final da sessão do último dia útil de Setembro deste ano, com os valores verificados em 31 de Dezembro de 2023, observando-se um aumento de 6,2% desde o início do ano.

O comportamento do PSI foi marcado por forte volatilidade. Após quebra nos meses de Janeiro e Fevereiro, o PSI entrou numa trajetória crescente, interrompida por fortes diminuições no mês de Junho e início de Agosto. Os meses de Agosto e Setembro ficam marcados por crescimentos mensais muito fracos e modestos, refere a Maxyield.

A banda de variação anual é bastante ampla, oscilando entre a subida de 47,6% do BCP e a queda de 35,2% da Mota-Engil.

Verifica-se que onze títulos apresentam uma variação anual positiva e cinco sociedades cotadas sofreram quebras de valor.

As sociedades com variação anual positiva foram o BCP (47,6%), a Galp (25,9%), os CTT (25,8%), a NOS (14,2%), a Altri (9,1%), a Ibersol (8,4%), a Semapa (7,8%), a Sonae SGPS (4,9%), a Navigator (3,9%), a REN (3,9%) e a Greenvolt (1,5%).

Já as cinco cotadas com quebra anual da cotação são a Mota-Engil (-35,2%), a Jerónimo Martins (-23,4%), a EDP Renováveis (-15,2%), a EDP (-9,9%) e a Corticeira Amorim (-3,2%).

A análise demonstra que seis sociedades em 2024 entraram na situação de bear market, com quebras superiores a 20% relativamente ao último máximo, nomeadamente a EDP Renováveis, a EDP, a REN, a NOS, a Jerónimo Martins e a Sonae SGPS, que no seu conjunto representam 49% do PSI, condicionando o ritmo da evolução positiva anual.

Esta situação já havia ocorrido em 2023 relativamente à EDP, EDP Renováveis e Jerónimo Martins, voltando-se a repetir no início de 2024, tendo o último máximo ocorrido em Dezembro do ano passado.

A REN atingiu o último máximo em abril de 2023, em torno de 2,75 euros, sofrendo a partir daí uma redução progressiva até 20% no final de Fevereiro deste ano.

A NOS entrou tecnicamente no nível de bear market em 2023, sendo que ainda não saiu desta situação.

A Sonae SGPS atingiu o último máximo em 10 de Março de 2023 e em 5 de Março de 2024 registou quebra de 20%.

Globalmente, o PSI mantém o seu bull market, ou seja, o ciclo de alta de preços das ações com duração razoavelmente longa, embora não acompanhe o ritmo de crescimento anual dos índices europeus e norte americanos, defende a Maxyield.

Olhando para a evolução homóloga do PSI, que compara o índice e cotações observadas no final da sessão do último dia útil de Setembro de 2024, com os valores finais de idêntico mês do ano anterior, verifica-se que a variação homóloga do PSI foi de 11,5%.

Esta variação perde no confronto com o benchmark europeu e fica muito aquém dos índices norte-americanos.

Em termos de variação homóloga, verifica-se que 12 sociedades sofreram aumento das suas cotações, sendo que apenas quatro baixaram de valor.

As sociedades com maior crescimento homólogo, envolvem o ranking Greenvolt (55,6%), BCP (55,5%), CTT (26,3%), Galp (19,7%) e a Altri (17,1%).

Já as quatro sociedades com diminuição homóloga de valor, são a Mota-Engil (-25,1%), a Jerónimo Martins (-17%), a Corticeira Amorim (-9%) e a REN (-0,2%).

A Greenvolt beneficia da contrapartida oferecida pelo Oferente em sede de OPA.

O BCP apresenta uma evolução robusta, sendo que o aumento do volume de transações provocou um crescimento significativo da sua importância relativa no PSI em torno de 14%.

A Galp beneficia do nível de preço do crude e das condições de exploração na Namíbia, passando a representar 15% do PSI, mas enfrenta o efeito do anunciado aumento da oferta pela Árabia Saudita.

A Mota-Engil ocupa uma posição inversa ao passado recente, passando a apresentar diminuição homóloga de valor.

O sector energético constituído pela EDP, EDP Renováveis, REN e Greenvolt que no seu conjunto  representam 32,5% do PSI, passaram a beneficiar do recente aumento de preços à escala internacional e início do ciclo de redução das taxas de juro, salienta a Maxyield.

As papeleiras que inverteram em 2024 o comportamento depressivo de 2023, influenciado por melhores condições de contexto empresarial, apresentam em Setembro  um desempenho homólogo bolsista positivo.

As retalhistas Jerónimo Martins e a Sonae SGPS, que no seu conjunto têm um peso de 16,% no PSI, apresentam um fraco desempenho bolsista, com comportamento diferenciado em prejuízo da primeira.

Os mercados acionistas globais encontram-se refletidos no índice Morgan Stanley Capital International, abreviadamente conhecido por MSCI World que incorpora a grande e média capitalização de 1.517 sociedades em 23 países de mercados desenvolvidos, com ajustamento pelo free float de cada país. No mês de Setembro, o MSCI World Index regista um crescimento de 1,6% e a evolução anual acumulada é de 17,4%.

A Maxyield revela ainda que o índice STOXX 600 que agrega as 600 maiores sociedades cotadas europeias, sofreu uma diminuição mensal em  Setembro/2024 de -0,4% e apresenta um aumento anual de 9,2%.  A performance  do mercado norte-americano, é muito superior ao benchmark europeu.

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