Moticoma saltaram da igreja para cantar Moçambique unido

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Os Moticoma mostram a sua música em Portugal fmmsines

Os elementos da banda Moticoma que atuou no último dia de concertos do Festival Músicas do Mundo (FMM) conheceram-se na igreja, mas hoje incluem todas as etnias de Moçambique, que veem como país unido.

Zandy, vocalista, compositor e elemento fundador da banda, que protagonizou o penúltimo concerto da última noite do FMM, que terminou no sábado, recorda que todos os elementos da banda faziam parte de grupos tradicionais de dança, na maioria no bairro do Alto Maé, em Maputo, a capital afirmou em entrevista à Lusa.

Além disso, conheciam-se de "rezar na igreja", onde iam com os pais. Aí, brincavam juntos, jogavam à bola, mas, nessa altura, a música era só "um divertimento, uma ocupação", recorda.

"Nunca pensámos que poderíamos chegar até aqui, (...) as coisas foram-se consolidando, fomos levando a sério", conta, admitindo que nem todos os elementos da banda conseguem viver só da música.

A maioria - conta - faz "alguns trabalhos paralelos", muitos são professores de música.

"Mas a música é a nossa grande paixão, a nossa alma", assinala.

Fundados em 2001, os Moticoma (nome composto a partir dos apelidos dos membros fundadores) tocam música com raízes na tradição, integrando elementos de diversas províncias de Moçambique.

Ao mesmo tempo, procuraram recuperar um instrumento milenar, a mbira nyunga-nyunga (utilizada pelos africanos em cerimónias tradicionais), um instrumento da zona centro de Moçambique.

É essa a marca da banda. "Era muito difícil achar fabricantes do instrumento, porque é um instrumento que já estava a desaparecer. Você precisaria de ir na fonte, lá nas aldeias, e nós não tínhamos condições para chegar lá", recorda.

O Festival Músicas do Mundo termina esta madrugada, já com novas datas anunciadas para a 25.ª edição: 18 a 26 de julho de 2025.

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