Mulher despejada na Marinha Grande passa meses sem reaver bens

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Há quatro meses que Maria Otília Fernandes estava a tentar reaver as roupas, mobílias e eletrodomésticos que deixou em casa, na Marinha Grande, após ter sido alvo de uma ordem de despejo por parte da senhoria a quem arrendava um apartamento desde 2013.

Foi a partir desse momento que a sua situação se começou a complicar.

Segundo a queixosa, inquilina e senhoria assinaram um contrato sem termo, em 2013, que nunca deu entrada nas Finanças. "Era algo que tínhamos originalmente acordado", admitiu Maria Otília.

"Ela insistiu, e então disse-lhe que iríamos fazer as coisas como deve ser, e para me enviar a carta [de despejo]", acrescentou. "Ela não mandou a carta, obviamente, e fez um contrato que desconheço, que nunca assinei, com término em 2021", disse.

Em 2023, mais de três anos após o início do diferendo entre senhoria e inquilina, Maria Otília recebeu uma chamada, de uma agente de execução, a informá-la que se encontrava em sua casa a trocar fechaduras, e que dispunha de uma hora para retirar os seus bens. "A única forma que achou de me tirar da casa foi pôr o contrato nas finanças", apontou Maria Otília.

Fora da cidade na altura, pediu ao seu ex-marido e à filha mais velha para retirarem tudo o que estava no quarto da filha mais nova. Maria Otília ficou apenas com a roupa que tinha no corpo, e nunca mais viu os bens que lhe custaram dezenas de milhares de euros para adquirir. "Naquela casa era tudo meu, à exceção do frigorífico", lamentou-se.

Desde que foi despejada, Maria Otília passou temporariamente por casa de várias amigas que lhe deram ajuda. A filha encontra-se alojada com familiares. Entretanto, a casa já se encontra à venda na Internet.

Os bens foram-lhe entregues esta terça-feira, em sacos do lixo e sem quaisquer condições, o que já resultou em nova queixa na Justiça.

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