Mulher libertada após cumprir 43 anos de prisão por um crime que não cometeu

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20 jul, 2024 - 20:02 • Redação

Não havia nenhuma evidência que a ligasse ao crime, exceto uma confissão que Sandra fez sob forte sedação num hospital psiquiátrico, segundo a revisão da pena feita pelos tribunais superiores.

Uma mulher que cumpriu uma pena de 43 anos, nos Estados Unidos da América, por um homicídio que não cometeu foi libertada após a condenação a prisão perpétua ter sido anulada.

Segundo escreve a BBC, Sandra Hemme tinha 20 anos quando foi considerada culpada de esfaquear até a morte a funcionária da biblioteca Patricia Jeschke, de Saint Joseph, no Missouri, em novembro de 1980.

Agora com 64 anos, acredita-se que ela tenha cumprido a condenação injusta mais longa de uma mulher na história dos Estados Unidos, de acordo com os representantes de Sandra Hemme.

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Os advogados do Innocence Project disseram estar gratos por Hemme finalmente se ter juntado à sua família e “continuarão a lutar” para limpar o nome dela.

Embora já não esteja detida, o caso ainda está a ser analisado. A decisão original de 118 páginas do juiz do Tribunal de Círculo Ryan Horsman que anulou a condenação ocorreu a 14 de junho.

Os advogados tinham provas claras da inocência da mulher condenada há mais de quatro décadas, incluindo provas que não foram fornecidas à equipa de defesa na altura do julgamento original.

“Este tribunal considera que a totalidade das provas suporta a conclusão de inocência real”, concluiu o juiz Horsman.

A nova decisão demonstra que a polícia local ignorou provas que apontavam diretamente para um dos seus agentes – Michael Holman – que mais tarde foi preso por outro crime e acabou por morrer em 2015.

O camião de Holman foi visto na zona do crime no dia do homicídio, e o álibi não pôde ser corroborado. Ele usou também o cartão de crédito de Patricia Jeschke depois de alegar que o tinha encontrado numa vala.

Havia ainda um par de brincos de ouro distintos identificados pelo pai da vítima encontrados na casa de Holman.

Nada disto foi divulgado à equipa de defesa de Hemme na altura.

Hemme foi interrogada, várias vezes, pela polícia sob o efeito de medicamentos antipsicóticos e de um poderoso sedativo, depois de ter sido internada involuntariamente num hospital psiquiátrico. Recebia tratamento psiquiátrico periódico desde os 12 anos.

As respostas que deu, na época, foram “monossilábicas” e “não estava totalmente consciente do que estava a acontecer”, mostraram os documentos judiciais. Por vezes, mal conseguia manter a cabeça direita e sentia dores devido a espasmos musculares – um efeito secundário dos medicamentos.

A revisão do juiz Horsman observou que nenhuma prova forense ligava Sandra ao homicídio.

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