25 mai, 2024 - 22:07 • Ricardo Vieira, com Reuters
Um homem de 70 anos, acusado de profanar o Corão, foi agredido e arrastado pela multidão que pretendia fazer justiça pelas próprias mãos.
Um grupo de cristãos foi atacado, este sábado, no Paquistão, por uma multidão de muçulmanos em fúria devido a acusações de blasfémia. A intervenção da polícia evitou um massacre.
Uma casa e uma pequena fábrica de sapatos foram incendiadas e vários elementos da minoria cristã foram violentamente agredidos, segundo o líder da comunidade Akmal Bhatti.
O ataque aconteceu após vizinhos do enclave acusarem um cristão de profanar o Corão, o livro sagrado dos muçulmanos, indicou um porta-voz da Polícia, citado pela agência Reuters.
A multidão também virou a sua fúria para a Polícia, arremessando pedras e tijolos contra as forças de segurança.
A Polícia destacou um grande contingente para proteger o enclave cristão e conseguiu afastar os atacantes.
A situação acalmou ao final da noite após apelos à calma dos líderes das comunidades cristã e muçulmana.
Um homem de 70 anos, acusado de blasfémia, foi agredido e arrastado pela multidão que pretendia fazer justiça pelas próprias mãos, segundo um grupo de defesa dos direitos da minoria cristã no Paquistão.
A Comissão independente de Direitos Humanos do Paquistão disse que a comunidade cristã estava "em grave risco de vida nas mãos das turbas".
A blasfémia é um assunto delicado no Paquistão, país de maioria muçulmana, onde apenas uma acusação pode levar a um linchamento nas ruas.
Grupos de direitos humanos dizem que as duras leis sobre blasfémia do Paquistão são frequentemente utilizadas indevidamente para acertar contas pessoais.