Mundial'2026: Qualificação é "um sonho" em que Moçambique "acredita"

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"Eu acho que, quando se acredita no trabalho que estamos a fazer, e os resultados estão aí à vista, dá azo a que possamos sonhar. Agora, o desejo é sempre a alma do sucesso, quando se quer algo grandioso e nos empenhamos verdadeiramente nisso, começamos a acreditar que tudo é possível", afirmou Chiquinho Conde.

Com quatro jogos disputados no Grupo G de classificação para o próximo Mundial, a disputar nos Estados Unidos, Canadá e México, de 11 de junho a 19 de julho de 2026, a equipa dos 'mambas' lidera, com três vitórias, tal como a Argélia (que já venceu em Maputo, por 2-0).

"Sabemos que existirão outras fortes candidatas, como a Argélia, como a própria Guiné Conacri, são seleções com maturidade superior à nossa, mas nós temos que demonstrar todo a nossa força, toda a nossa vontade em campo e temos visto que é possível chegar até lá", afirmou o selecionador.

Chiquinho Conde assumiu mesmo que essa qualificação é "um sonho": "Hoje, estamos na lista das 100 melhores seleções do mundo, o que é fantástico. Já estivemos na posição 66.ª, há algum tempo, quando eu ainda jogava, e a perspetiva é mesmo esta: acreditar sempre no processo, respeitar todas as nossas diretrizes, criar modelos de modo a que os jogadores também se sintam mais confortáveis e melhorar naquilo que esteve menos bem".

Num grupo em que o primeiro classificado terá acesso direto à fase final da competição e o segundo a um possível play-off, Moçambique tem ainda a concorrência do Botsuana (que já venceu fora, por 2-3), da Guiné Conacri (derrotada em casa pelos 'mambas', por 1-0), da Somália (vitória moçambicana em casa, por 2-1), enquanto a estreia com o Uganda está agendada para março, em Maputo.

"O grupo acredita. Este grupo tornou-se muito forte, muito coeso, identificaram-se fundamentalmente com as nossas ideias, o nosso modelo. Para que eles também se sentissem confortáveis no seu meio e as coisas fluem com naturalidade. Tornámo-nos uma verdadeira equipa. Estamos a jogar como uma verdadeira equipa (...) tirando de lado todos os nossos egos, todos os nossos interesses individuais, em prol de um coletivo da instituição", reconheceu o antigo avançado que atuou em Portugal.

A Federação Moçambicana de Futebol (FMF) anunciou em agosto último a renovação do contrato com Chiquinho Conde até 31 de janeiro de 2026, com a "importante" missão de qualificar a seleção para a Taça das Nações Africanas (CAN) de 2025 e para o Mundial.

Na altura, a FMF assumiu que a ambição de ver os 'mambas' atingirem "os patamares mais elevados do futebol internacional", depositando "total confiança" em Chiquinho Conde, ex-jogador de Belenenses, Sporting de Braga, Vitória de Setúbal, Sporting, entre outros emblemas portugueses.

A renovação seguiu-se a um momento de tensão entre a federação e o selecionador, polémicas entretanto sanadas.

"A ideia é continuarmos o trabalho que nós vínhamos fazendo. As coisas têm estado a correr bem, acho que é um trabalho coletivo, da estrutura presente. Solidificar e criar maiores sinergias para que nós consigamos capitalizar este momento, essa simbiose entre o público e a marca 'mambas', os resultados ajudam também nesse propósito", reconheceu o selecionador.

Nos últimos sete anos, Moçambique afastou três treinadores do comando técnico da seleção, dois dos quais portugueses, na sequência dos maus resultados que tem acumulado.

Desde outubro do 2021, com a chegada de Chiquinho Conde, a prestação dos 'mambas' melhorou, tendo conseguido, no ano passado, regressar a uma fase final da CAN 13 anos depois da última presença, em 2010.

"Nós pertencemos a um país de jogadores de futebol. Não só, desportistas no geral. Num passado longínquo tivemos os Eusébios, Matateus, Colunas. Todos os dias nascem no nosso país esses mesmos jogadores. Chiquinhos Condes, então, aparecem em catadupa. Então é preciso não perdermos esse fogo e resgatarmos isso", defendeu, recordando igualmente o sucesso de Geny Catamo, campeão português pelo Sporting: "Melhorarmos as nossas infraestruturas, trabalhando na formação, para que, de facto, possamos dar espaço e visibilidade a esses mesmos jovens para a sua ascensão".

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