“Não é a recuperar partidos mortos que vão derrotar o Chega”. O que se sabe sobre a Aliança Democrática

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André Ventura reagiu com desconforto ao anúncio da coligação pré-eleitoral entre PSD e CDS-PP e avisou que esse entendimento não vai impedir o crescimento do Chega. Saiba o que está em causa nesta união a três meses das eleições legislativas antecipadas.

Os presidentes do PSD e do CDS-PP, Luís Montenegro e Nuno Melo, vão propor aos órgãos nacionais dos seus partidos uma coligação pré-eleitoral, a Aliança Democrática, para as legislativas de março e as europeias de junho, que incluirá também “personalidades independentes”, foi hoje anunciado em comunicado conjunto.

Como é que PSD e CDS-PP justificam este acordo?

“Os presidentes do Partido Social Democrata e do CDS – Partido Popular acordaram hoje propor aos órgãos nacionais dos respetivos partidos a celebração de um acordo político para a formação da Aliança Democrática, uma coligação pré-eleitoral com o horizonte do atual ciclo político, abrangendo as eleições legislativas e europeias de 2024”, refere um comunicado conjunto dos dois partidos.

Na nota à imprensa, intitulado “Constituição da Aliança Democrática” (o nome das primeiras coligações celebradas entre PSD e CDS-PP nos anos 80), refere-se que este acordo está “em sintonia com os compromissos regionais para as eleições nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores de 2023 e 2024, respetivamente, e com os entendimentos de base local para as eleições autárquicas de 2025”.

“A Aliança Democrática é composta pelos dois partidos, PPD/PSD e CDS-PP, e um conjunto de personalidades independentes”, refere-se.

Como é que o “outsider” Chega encarou este acordo?

O presidente do Chega, André Ventura, reagiu com algum desconforto ao anúncio de uma coligação pré-eleitoral entre PSD e CDS-PP e começou por duvidar que em termos legais possa ser usada a designação “Aliança Democrática”. Numa análise à natureza desta coligação, o líder da terceira força política mais votada nas últimas eleições falou em desespero por parte do espaço não socialista: “Há aqui um certo desespero do espaço não socialista em tentar de qualquer forma bloquear o crescimento do Chega”, acusou André Ventura.

O presidente do Chega considera que “não é a recuperar partidos que estão mortos, ou que não estão no Parlamento ou que não têm força significativa que isso vai acontecer”.

Como reagiu a Iniciativa Liberal?

O líder liberal defendeu esta quinta-feira que o partido vai sozinho a eleições e não coligado porque tem confiança nas ideias que apresenta e por “uma questão de responsabilidade”, já que “há um país que está à espera” da IL.

Num discurso durante um jantar comício em Lisboa, Rui Rocha não falou diretamente da coligação pré-eleitoral hoje anunciada por PSD e CDS-PP para as próximas eleições legislativas e europeias, mas voltou a explicar os motivos pelos quais a IL decidiu que se vai apresentar sozinha na corrida eleitoral de março.

“Apresentaremos as nossas ideias, os nossos candidatos, as nossas listas porque há um país que está à espera da Iniciativa Liberal”, enfatizou. Segundo o presidente liberal, “a IL tem uma enorme responsabilidade” e vai dizer “presente a este país que espera por soluções liberais”. Os liberais vão apresentar-se sozinhos a eleições “com a confiança” que têm nas suas ideias.

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